10 de out. de 2009

Era o décimo nono dia de viagem e tinha muita coisa para conhecer. Era apenas o segundo dia em Roma e aqui foi o lugar que talvez mais tenhamos sentido emoção histórica. Chama de "berço da civilização ocidental" é um clichê inevitável. O patrimônio de igrejas, museus e ruínas é inigualável. Aqui o mínimo de estada são cinco dias e ainda sim é possível que não dê para ver tudo. Mas vamos tentar!

Andar em Roma é complicado, tudo é muito grande e por isso muito cansativo. Resolvemos pegar um ônibus (€ 1,00 - lembre de comprar o tícket antes de entrar no ônibus ou metrô e validá-los! Os tickets são vendidos em casas de tabaco, bancas de jornal e revistas). Fomos até a Piazza Della Rotonda, onde fica o Phanteon (entrada gratuita - foto acima). Ele tem as maiores portas de bronze do mundo, projetada pelo imperador Adriano, em 118 d.C.
De lá seguimos para a Piazza Navona, a praça barroca mais espetacular de Roma. Ela é fechada ao trânsito e em volta dela há vários cafés lindos. No centro da Piazza há três fontes, a mais famosa é a Fontana dei Quattro Fiumi, projetada por Bernini, que representa os quatro grandes rios do mundo: Ganges (Ásia), Nilo (África), Danúbio (Europa) e Prata (América). De um lado da Piazza fica a Fontana del Moro e do outro a Fontana Del Nettuno, onde em frente fica a nossa Embaixada!
Na Piazza Navona tem um centro de informações onde compramos o passe para visitar o Vaticano no dia seguinte. Custou € 25,00 por pessoa incluindo o Museu do Vaticano, a Basílica de São Pedro e Capela Sistina, com áudio guia e guia acompanhando.

Depois fomos para a famosa Fontana di Trevi (foto acima). Que coisa mais linda! Dá vontade de mergulhar naquela água transparente e cheia de moedas! A fontana representa Netuno com dois trintões. Um deles luta para domar um cavalo-marinho e o outro cavalga num cavalo-marinho mais calmo. Fica cheio de dia e de noite e é ótimo tomar um sorvete e sentar ali para admirar esse monumento.
Seguimos andando até o Campo del Fiori, um lugar maravilhoso para ir a noite, com muitos restaurantes, trattorias e cafés. Uma praça que capta bem o espírito italiano. Aos sábados tem uma feira de flores e legumes bem interessante. Compramos umas pêras lindas e suculentas e fomos comendo pelo caminho até o Rio Tevere.
Cruzamos a Ponte Sisto e fomos margeando o rio, já no bairro de Transtevere, um dos mais pitorescos bairros velhos da cidade. Os habitantes desse bairro se consideram os romanos mais autênticos. Um pouco mais a frente fica a Isola Tiberina, uma ilha com duas pontes: a Cestio e a Fabricio, esta última é a mais antiga de Roma, de 62 d.C (foto acima).
Lá tem uns cadeados que "selam" o amor dos casais que por ali passam. E isso foi um achado, porque não vi nenhuma referência nos livros que comprei de viagem.

Atravessando a ponte e seguindo pela margem direita do rio, chegamos ao Circo Massimo, onde aconteciam as famosas corridas de biga. Já estava anoitecendo e o visual foi deslumbrante.
O céu estava um azul sereno e aquele contraste alaranjado do Circo Massimo com o Forum Romano atrás foi realmente emocionate. Ficamos lá por algum tempo contemplando aquela maravilha e agradecendo a Deus por aquele momento tão sublime.

Já estávamos loucos de fome. Achamos a Trattoria Melo próximo ao Foro Trajano.
Não comíamos carne há 19 dias! Pedimos um abbacchio scottadito, ou seja, um cordeiro maravilhoso com salada e legumes grelhados. Educados, começamos a cortar a carne com talher até o dono do restaurante, muito simpático e falante, nos deu uma bronca e falou para comermos com as mãos. Assim é o ritual! Depois nos trouxe cumbucas com pétalas de rosas e limão para nos lavarmos. Foi espetacular!
Depois fomos fazer a digestão andando pelo Coliseo (foto acima) à noite. Essa era a imagem que tínhamos na cabeça: aquela iluminação alaranjada esplendorosa. Passamos pelo estádio aquático onde o nosso Cielo, dois meses depois, ganhou o Mundial de Natação.
Fim do dia. Hotel para descansar e amanhã tem mais! Tem Vaticano!