10 de out. de 2009

Era o décimo nono dia de viagem e tinha muita coisa para conhecer. Era apenas o segundo dia em Roma e aqui foi o lugar que talvez mais tenhamos sentido emoção histórica. Chama de "berço da civilização ocidental" é um clichê inevitável. O patrimônio de igrejas, museus e ruínas é inigualável. Aqui o mínimo de estada são cinco dias e ainda sim é possível que não dê para ver tudo. Mas vamos tentar!

Andar em Roma é complicado, tudo é muito grande e por isso muito cansativo. Resolvemos pegar um ônibus (€ 1,00 - lembre de comprar o tícket antes de entrar no ônibus ou metrô e validá-los! Os tickets são vendidos em casas de tabaco, bancas de jornal e revistas). Fomos até a Piazza Della Rotonda, onde fica o Phanteon (entrada gratuita - foto acima). Ele tem as maiores portas de bronze do mundo, projetada pelo imperador Adriano, em 118 d.C.
De lá seguimos para a Piazza Navona, a praça barroca mais espetacular de Roma. Ela é fechada ao trânsito e em volta dela há vários cafés lindos. No centro da Piazza há três fontes, a mais famosa é a Fontana dei Quattro Fiumi, projetada por Bernini, que representa os quatro grandes rios do mundo: Ganges (Ásia), Nilo (África), Danúbio (Europa) e Prata (América). De um lado da Piazza fica a Fontana del Moro e do outro a Fontana Del Nettuno, onde em frente fica a nossa Embaixada!
Na Piazza Navona tem um centro de informações onde compramos o passe para visitar o Vaticano no dia seguinte. Custou € 25,00 por pessoa incluindo o Museu do Vaticano, a Basílica de São Pedro e Capela Sistina, com áudio guia e guia acompanhando.

Depois fomos para a famosa Fontana di Trevi (foto acima). Que coisa mais linda! Dá vontade de mergulhar naquela água transparente e cheia de moedas! A fontana representa Netuno com dois trintões. Um deles luta para domar um cavalo-marinho e o outro cavalga num cavalo-marinho mais calmo. Fica cheio de dia e de noite e é ótimo tomar um sorvete e sentar ali para admirar esse monumento.
Seguimos andando até o Campo del Fiori, um lugar maravilhoso para ir a noite, com muitos restaurantes, trattorias e cafés. Uma praça que capta bem o espírito italiano. Aos sábados tem uma feira de flores e legumes bem interessante. Compramos umas pêras lindas e suculentas e fomos comendo pelo caminho até o Rio Tevere.
Cruzamos a Ponte Sisto e fomos margeando o rio, já no bairro de Transtevere, um dos mais pitorescos bairros velhos da cidade. Os habitantes desse bairro se consideram os romanos mais autênticos. Um pouco mais a frente fica a Isola Tiberina, uma ilha com duas pontes: a Cestio e a Fabricio, esta última é a mais antiga de Roma, de 62 d.C (foto acima).
Lá tem uns cadeados que "selam" o amor dos casais que por ali passam. E isso foi um achado, porque não vi nenhuma referência nos livros que comprei de viagem.

Atravessando a ponte e seguindo pela margem direita do rio, chegamos ao Circo Massimo, onde aconteciam as famosas corridas de biga. Já estava anoitecendo e o visual foi deslumbrante.
O céu estava um azul sereno e aquele contraste alaranjado do Circo Massimo com o Forum Romano atrás foi realmente emocionate. Ficamos lá por algum tempo contemplando aquela maravilha e agradecendo a Deus por aquele momento tão sublime.

Já estávamos loucos de fome. Achamos a Trattoria Melo próximo ao Foro Trajano.
Não comíamos carne há 19 dias! Pedimos um abbacchio scottadito, ou seja, um cordeiro maravilhoso com salada e legumes grelhados. Educados, começamos a cortar a carne com talher até o dono do restaurante, muito simpático e falante, nos deu uma bronca e falou para comermos com as mãos. Assim é o ritual! Depois nos trouxe cumbucas com pétalas de rosas e limão para nos lavarmos. Foi espetacular!
Depois fomos fazer a digestão andando pelo Coliseo (foto acima) à noite. Essa era a imagem que tínhamos na cabeça: aquela iluminação alaranjada esplendorosa. Passamos pelo estádio aquático onde o nosso Cielo, dois meses depois, ganhou o Mundial de Natação.
Fim do dia. Hotel para descansar e amanhã tem mais! Tem Vaticano!

6 de jul. de 2009

Roma - última parada na Europa

Nosso trem estava marcado para sair de Siena às 09h50 com destino a Roma, via Chiusi (9,80 euros para cada um). Na verdade, partimos de ônibus de Siena até Chiusi, onde então pegamos o trem. Não sei se é assim normalmente ou se era porque a estação de Siena estava em obras. Até que foi bom o passeio, fomos conhecendo (de longe, mas foi) várias cidades na Toscana, como Arbia, Mezzavia, Vescona, Fontanelle, Asciano, Sinaluga (daqui segue-se para Florença ou Roma), Perúgia, Querce Al Pino e finalmente Chiusi. A viagem durou 1h42. O cenário é muito bonito (foto ao lado). São diversos pinheiros (aliás, acho que descobri porque as bolas de Natal são douradas. Os frutos desses pinheiros, de longe, também parecem ser dourados, mas de perto são marrons. Muito interessante), plantações, flores e diversos vilarejos mínimos com janelas piccolas, às vezes "perdidos" no meio do nada.

O trem de Chiusi para Roma durou mais 2h15 e finalmente chegamos na Stazione Termini. Isso não é uma estação, é um aeroporto dos grandes! Tem um shopping dentro da estação e uma multidão de gente chegando e saíndo. Fiquei impressionada com a grandiosidade da estação.

Nosso hotel era muito perto da estação, mas acabamos pegando um táxi por causa das malas. Pagamos 30 euros por menos de 1km! Depois que fomos descobrir que o maledeto era táxi pirata! No dia seguinte saiu uma matéria no jornal denunciando esses caras. Ele não tinha taxímetro e somente os legalizados o tem, além de uma placa de identificação nos carros. Ai que raiva! Essa corrida custaria no máximo 10 euros já com as malas. Fazer o quê... roubadas de viagem, acontece.

Chegamos ao Hotel Lazzari. Super bem localizado na Via Castelfidardo. Esse pelo menos tinha um elevador. Velho, daqueles que você tem que fechar a porta (grade) para ele funcionar, sabe? Dessa vez não tinham aquelas enormes escadas para o Eduardo subir com as malas. Hahaha

O quarto era grande, o banheiro pequeno, como todos, mas o café da manhã foi o pior de todos. Primeiro porque não era no hotel e sim numa padaria ao lado e depois porque era mínimo, não dava para nada. Horrível. Mas pelo valor e localização, valeu à pena.

Deixamos as malas no hotel e fomos direto ao Coliseu (entrada 12 euros por pessoas, se quiser audio guia paga mais 4 euros e não precisa ficar na enorme fila. De 9h30 às 19h30). É impressionante a grandiosidade deste anfiteatro, aliás tudo em Roma esbanja grandiosidade. Tudo é histórico, cheio e maravilhoso. Aqui vale comprar o passe Roma Card que custa 23 euros e dá direito a 2 museus e 3 dias de transporte coletivo ou 2 sítios arqueológicos (Fórum Romano e Palatino contam como 1 só e quem compra o bilhete do Coliseu automaticamente pode ir nos 2). O bom desse passe é que você não tem que ficar na fila que realmente é enorme e olha que não estávamos no verão, quando lota ainda mais.

Decidimos alugar um áudio guia em espanhol. Lá era o lugar que mais queríamos visitar. O símbolo do maior Império Romano (foto acima). Foi uma sensação incrível entrar por aquelas ruínas de 72 d.c. e imaginar 50 mil pessoas lá dentro vibrando com as lutas e mortes que ocorreram. Em cada trecho há uma história interessante. Lembram do filme O Gladiador? É aquilo mesmo. Dá para ver os nomes dos senadores em algumas cadeiras. Com imaginação você certamente viaja naquela época...

Cuidado com os "gladiadores" que ficam em volta pedindo para tirar foto. Eles geralmente cobram uma fortuna depois que você tira e ainda há alguns ladrões de carteira esperando você se distrair com eles. O local é muito bem policiado, mas é muita gente, por isso é bom ser mais cauteloso.

Saindo do Coliseu, passamos pelo Arco de Constantino (foto ao lado), erguido em 315 d.c. que está praticamente intacto. Entramos pelo lado esquerdo, começando pelo Palatino. Lá foi onde surgiu Roma e onde os imperadores moravam. Segundo a lenda, depois de matar o irmão Remo, Rômulo fundou uma vila no Palatino, hoje esse lugar chama-se Cabanas de Rômulo. Só lendo as placas para descobrir. Entre as ruínas ainda pode-se ver a bela vegetação que imagina-se ser o primeiro jardim botânico da Europa. Uma das partes mais bem conservadas é o Stadium, uma pista para exercitar cavalos e a Casa de Livia, parte da residência do imperador Augusto e de sua mulher Livia. Há ainda os pisos de mosaico e alguns afrescos nas paredes.

O Fórum Romano era o Centro da Roma Antiga (foto ao lado), onde se desenvolviam as atividades políticas, econômicas e religiosas. As ruínas foram aparecendo ao longo de décadas de escavações que se iniciaram no século 18 e ainda não acabaram. O local tem mais de 3 mil anos!

Na saída oposta ao Coliseu, Passamos pelo Cárcere Mamertino, uma igreja do seculo 16, onde acredita-se que São Pedro foi aprisionado.

É imperdível o Mercado de Trajano, em frente ao Monumento a Vittorio e Emanuele II (foto abaixo), que dá para ser ver de vários pontos da cidade (onde a Ilze Scanparini sempre grava suas chamadas na Globo). Lá era o que hoje podemos chamar de shopping center. O local abrigava mais de 150 lojas e escritórios, onde se vendia sedas e especiarias do Oriente Médio. Hoje há apenas sinais desta preciosidade. A Coluna (em frente ao Mercado) onde estão os restos mortais do imperador Trajano e de sua mulher está intacta.

Foram mais de 5 horas andando sem parar pelo Fórum, Palatino e Coliseu e ainda voltamos pela Av. Nazionale que tem uma enorme ladeira no começo. Sinistro (sisnitra quer dizer esquerda em italiano)! Ufa!

30 de jun. de 2009

Siena - a cidade medieval

Partimos de Florença cedo e fomos direto para a estação Santa Maria Novella, de onde pegamos o trem para Siena (6,10 euros). Esta viagem cruza a Toscana pela rota da La Chiantigiana, região dos vinhos Chianti, Brunello, Montalcino (cidade depois de Siena, no caminho para Roma) e o Supertoscano. A viagem durou 1h22, super rápida e confortável.

Esta época (maio) é linda a Europa. Mas quem é alérgico sofre de tanta semente no ar e com o clima seco. Sentimos muito a falta de lubrificação no nariz (compramos um spray chamado Sterimar para umedece) e sede. Garrifinha de água sempre na bolsa. Acho que já escrevi isso em alguma outra postagem...

Viajamos com notebook, que foi ótimo, porque víamos sempre os horários dos trens, baixamos fotos e ficamos falando com amigos e familiares pelo skype. O problema são as tomadas, a que levamos não dava em todos os hotéis. Mas não teve problema, geralmente a recepção fornece uma.

Voltando a Siena. É uma cidade encantadora. Li no livro a frase que me fez querer conhecer Siena: "Nenhuma cidade na Toscana pode ganhar definitivamente a preferência enquanto a pequena e medieval Siena ainda não for conhecida". Não precisa dizer mais nada, né?

A grande atração da cidade é a Piazza del Campo (primeira foto acima), em formato de um leque, famosa por receber em apenas 2 dias do ano cerca de 60 mil pessoas para o Palio, a corrida em cavalos mais antiga do mundo. Para quem não quer tumulto, fuja das datas de 2 de julho e 16 de agosto.

A Piazza Del Campo é uma das maiores praças medievais da Europa. Esse local fica no coração das 17 contrade (paróquias) da cidade. A velha rivalidade entre elas é simbolizada pela corrida à cavalo, o Palio, a mais celebrada festa da Toscana, tendo seu primeiro registro em 1283, mas que talvez tenha sido originada em treinamentos militares romanos. As corridas duram apenas 90 segundos e o vendedor ganha um palio (estandarte) de seda.

Ficamos num hotel ótimo, o Bed & Breakfast Camollia, também reservado pelo Booking. Ele fica num ponto estratégico, em frente ao portal Camollia, o principal da cidade. Para explicar, a parte medieval de Siena é cercada por uma grande muralha que possui várias entradas.

Pelo mapa dava para ir a pé, só que a estação é literalmente embaixo da cidade, ou seja, impossível, tem que pegar um táxi.

Eu, sinceramente, achei Siena muito mais bonita do que Florença. Lógico que não estou contando com o enorme choque de cultura e arte. Falo de beleza mesmo. É incrível a preservação da cidade. O chão é formado por aquelas pedras enormes medievais, nas paredes das casas ainda há espaços para tochas e lampiões, além de suportes para amarrar os cavalos (veja na foto acima a dimensão da porta!). É uma viagem ao tempo, dá para sentir a energia do lugar. Como a cidade é mínima, nem precisa de mapa e dá para conhecer tudo a pé.

Fomos andando até a Piazza Del Mercato (vista da piazza na foto acima), onde estava tendo uma feira enorme de antiguidades. Em frente tem um restaurante chamado Papi (foto abaixo) onde paramos para almoçar. Uma das cozinheiras é brasileira, a Cristina.


Foi um almoço esplêndido. Comemos gnhochi pomodoro e um spaghetti al bolognesa com vinho branco da casa e de sobremesa, Torta de La Nona, típica na Itália. O café que deixa a desejar no tamanho. É que para manter o aroma e sabor não se deve tomar em xícaras grandes, mas eu, como gosto muito, aquele pouquinho não me satisfez.

Depois, para digestão, um "vinho doce" oferecido gentilmente pelo garçom depois que soube que éramos brasileiros. Esse licor nos derrubou. Ficamos alegres, alegres!

Ficamos passeando pela cidade. Paramos na Piazza del Campo, onde antes era o Fórum Romano, e ficamos sentados admirando o Palácio Público, onde funciona o Museu Cívico. O campanário é a segunda torre medieval mais alta da Itália, com 102m. À noite é um lugar super gostoso com seus diversos restaurantes em torno.
Seguimos para a Piazza Duomo, onde fica a Basilica di S. Maria d. Servi (foto abaixo), toda de mármore listrado. Em volta da Piazza há vários cafés e lojas super bacanas. Mas é mais próximo da Piazza del Campo que ficam as melhores marcas, como Sisley, Furla, Max Mara, Prada, Gucci...
Tomar sorvete é obrigatório na Itália. Não tem igual o sorvete de chocolate deles. Como é bom!

De noite a cidade fica toda amarelada, com pouca luz e em muitos pontos deserta. Mas um deserto sem ser assustador, sabe? Em algum cantinho você acha um bistrô, uma gelateria e sempre pessoas alegres e sorridentes te recebendo.

Siena não tem calçadas e passam poucos carros. Há uma parte dela, mais nova, onde passa uma auto estrada. Andando por ela fomos parar num parque de diversões. Sabe aqueles de filme, com bonecos e pessoas assustadoras e aquelas máquinas que fazem você ficar mais novo ou mais velho da noite para o dia? Parecia que estávamos num deles. Sinistro...

Foi somente um dia em Siena, mas que valeu muito a pena. Valeu a visita, sem dúvida. A hospedagem foi ótima. Tudo novinho, limpíssimo, com um café da manhã maravilhoso e funcionários muito simpáticos. Adoramos!
Queríamos ter conhecido San Gimignano, a cidade das 13 torres com apenas 7 mil habitantes! Mas infelizmente não deu, essa fica para a próxima.

Cinque Terre


Cinque Terre
A costa que vai de Gênova até a fronteira com a Toscana é chamada de Riviera di Levante, na região da Ligúria. Mar ora azul-turquesa, ora azul-esverdeado de um lado e casinhas coloridas beirando o penhasco do outro. Com águas tão claras é possível ver os cardumes de peixe.

Assim é Cinque Terre, um conjunto de cinco mínimas cidades, ou melhor, vila de pescadores, formadas por Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso dentro do Parco Nazionale delle Cinque Terre.

Não há estrada, somente trem liga essas cinco vilas. O trajeto pode ser conhecido a pé, numa trilha encantadora, de bicicleta ou a cavalo. Mas há trechos que tem que ter disposição, é um sobe e desce...

Agora que deu água na boca vou contar como foi conhecer Cinque Terre, um dos locais mais fantásticos que já conheci.


















Quando fomos para a Itália queríamos conhecer outro lugar além daqueles "obrigatórios", como Florença e Roma. Queríamos algo romântico e encantador e não menos impactante. Estávamos na dúvida se íamos para Capri, conhecer a Gruta Azul ou para Cinque Terre.

O que nos fez decidir foi ver em vários livros de viagens imperdíveis a foto de Cinque Terre na capa, além das duas brasileiras que tínhamos encontrado no dia anterior em Florença.

Cinque Terre está entre os 1000 lugares para conhecer antes de morrer, já viram esse livro? Estávamos tão perto, não podíamos perder esta oportunidade.


A metereologia não estava favorável, mas pelo windguru dava muio sol. E foi exatamente o que aconteceu, fez um sol inacreditável! Chegou a 36 graus, sem uma nuvem no céu. Perfeito!

Pegamos o trem das 9h57 na estação Santa Maria Novella em Florença até La Spezia Centrale, que chegou às 12h19 e custou 18,20 euros. Mais uma vez tivemos uma paisagem linda, passando pelas cidades de Empoli, Signa, Pisa (dá pra ver a torre bem de longe), Forte dei Marmi, Carrara (de onde vem o mármore carrara, as pedreiras são enormes e bem perto da estação), Sarzanna, Vezzano Ligure, La Spezia Miglianina (cuidado para não descer nessa!) e finalmente La Spezia Centrale.

Atenção: se você não leu os textos anteriores, não esqueça de validar o ticket do trem antes do embarque e guardá-lo para verificação do fiscal durante e a viagem. Neste trem não tem lugar marcado.

Na própria estação há um centro de informações onde você deve comprar o passe para entrada no Parque Nacional. Custa 8,50 euros e dá direito a viagens ilimitadas de trem entre os cinco vilarejos ou o trajeto a pé. Sem ele nada feito. Deve ser preenchido com seu nome e guardado, pois em cada "fronteira" é solicitado.


Via Dell'Amore
 A dica é ir com roupas leves, de preferência com roupa de banho por baixo, levar uma pequena toalha, tênis e um lanchinho para uma parada estratégica diante de tão grandiosa paisagem. Nós fizemos um piquenique na primeira e mais linda trilha, a Via Dell'Amore que liga os vilarejos de Riommagiore e Manarola.
No caminho tem uma espécie de altar com vários cadeados em volta por acreditarem que lá é um lugar mágico e o casal que conhece junto esta trilha sela seu amor para sempre. É um símbolo de união. Quem não quiser fazer piquenique não tem problema, há vários bares e restaurantes no caminho. Mas prepare o bolso porque os preços são mais altos.

Fizemos três vilarejos pela trilha: Riomaggiore, Manarola e Corniglia, dá 2km, muito perto uma da outra. O último trecho é mais cansativo e dura mais, mas dá pra fazer tranquilamente. O pior é de Vernazza para Monterosso, a subida é muito sinistra.

O visual é de ficar de boca aberta. A cor da água estava um azul esverdeado que podíamos ver os cardumes de peixe do alto. Não há palavras para descrever...

Em Corniglia pegamos um trem até Monterosso Al Mare, o último vilarejo. Levou apenas 5 minutos. Lá o mar é azul turquesa que nunca vi igual. Quem já foi para o Caribe pode ter uma ideia do que estou falando.

Fomos à praia! Não tem areia como nós aqui no Brasil, é pedra. A água estava gelada, mas foi um mergulho sensacional. Ficamos lá um tempo admirando a vista, vendo a nata italiana pegando um sol e as maravilhosas lanchas super poderosas passando de um lado para o outro.


Monterosso Al Mare


De lá pegamos um trem para Vernazza, formando as cinco terras (um vilarejo antes de Monterosso). Esta é a mais famosa e a mais charmosa também. Tem uma pequena marina onde todo mundo fica bebendo nos bares e pegando um sol. Ficamos horas e horas lá...

Vernazza

Em Vernazza tem várias lojinhas de souvenir e de comidinhas gostosinhas. É encantador e ainda pouco explorado pelos turistas, há poucas referências nas livrarias. Tem muito francês, italiano e espanhol, os mas próximos de Cinque Terre.

De Vernazza pegamos o trem para La Spezia Centrale e de lá para Florença com parada e troca de trem em Sarzanna. Chegando em Florença fomos andando até a Ponte alla Carraia. Atrás dessa ponte achamos um restaurante tipicamente italiano, do jeito que a gente queria, chamado Trattoria Angiolino, na Via Santo Spirito. Essas duas ruas têm vários restaurantes que só italianos vão, não se vê praticamente turistas.

Queríamos exatamente isso. Sabe aquelas toalhas quadriculadas, pessoas falando alto, um clima aconchegante, uma ótima comida e um bom vinho? Econtramos lá. Comemos um Rigattone al Carbonara e um Rivioli al Aspargos frescos com um belo Chianti Classico. De entrada uma típica brusquetta. O jantar saiu por 65 euros para 2 pessoas. Fechamos o dia de forma gloriosa!

11 de jun. de 2009

Explorando Florença


Ponte Vecchio
 O caminho do hotel para qualquer outro lugar era sempre a Ponte Vecchio. Aliás, essa é uma ótima localização. Hotéis nesta proximidade são mais caros do que os ao lado da Estação de Trem.

As vias Nazionale e Fiume tem hotéis mais baratos, no entanto, estão um pouco distantes dos principais pontos turísticos. O Hotel Annalena que ficamos é super em conta e bem localizado. Há outros nesta região mais luxuosos, se este for o caso.

Fomos direto para a Galleria degli Uffisi (terça a domingo, 8h15 às 18h50 - € 6,50), local obrigatório para quem vai a Florença. Lá é onde está uma das coleções mais importantes de arte italiana. É o mais significativo museu sobre a Renascença, legado da família Médici. Inclui pinturas dos séculos 13 ao 18 e obras de Giotto, Botticelli, Caravaggio, Michelangelo, e Leonardo da Vinci, com a famosa obra L'Annunciazione. Agora, tem que ter paciência. Ficamos na fila quase 1h! Você pode reservar antes pela internet com 24 horas de antecedência e passar na frente de todo mundo.

Saindo de lá, seguimos pela Lungarno Gonerale Diaz, na margem do Rio Arno, entramos na Piazza dei Cavalleggeri até a Basilica di Santa Croce, onde estão sepultados Michelangelo, Maquiavel e Galileo. Para entrar e avistar seus túmulos paga-se € 4. Na Borgo Santa Croce, uma rua em frente a Basílica, encontramos duas brasileiras vendendo pashiminas. Elas nos indicaram a ir a Cinque Terre. Ainda estávamos na dúvida de ir, mas elas nos falaram que o lugar é tão lindo que decidimos ir mesmo, no dia seguinte. O tempo não estava muito firme, mas íamos tentar mesmo assim, seguindo os conselhos de Martinha e Fiolo.

Piazalle Michelangelo
Voltamos à margem do Rio Arno, atravessamos a Ponte alle Grazie até a Piazza G. Poggi para chegar a Piazalle Michelangelo, onde se tem uma das vistas mais bonitas de Florença. Dá para ir de ônibus n. 13 a partir da estação, se preferir. Aliás, falando em ônibus, em Florença não se paga ao motorista, como em Paris. Os bilhetes devem ser comprados antes nas bancas de jornal ou tabacarias. Como não sabíamos, pegamos ônibus duas vezes sem pagar nada. E ninguém faz conferência, mas se um fiscal entrar e você não tiver o bilhete, está lascado. Multa de até € 100! E direto no cartão de crédito! Eles andam com máquinas de débito e crédito. Imagina isso no Brasil! Eu achei ótima a idéia.

Bem, voltando a Piazalle Michelangelo, é uma subida e tanto. Para os mais velhos e crianças pequenas não dá. Pegue um táxi que é melhor. A vista é realmente fantástica. Nós gostamos sempre de ir até o ponto mais alto de cada cidade que visitamos para poder vê-la totalmente. É lindo. Esta é uma parte antiga de Florença e mostra as muralhas que protegiam a cidade dos inimigos.


Santa Maria Del Fiore
 Na volta pegamos o mesmo caminho até a Cattedrale di Santa Maria del Fiore. Essa catedral é impactante. Ela é enorme, toma todo um quarteirão. E muito bonita, toda em mármore branco, verde e rosa. Atenção, não entra de short, vestido curto e nem roupa decotada. A catedral, que demorou 150 anos para ser construída, tem vitrais de Donatello. A entrada é gratuita, mas paga € 6 quem quiser subir seus 463 degraus para ver a vista lá de cima. Por dentro é tão linda quanto por fora. Nos sentimos pequenininhos diante de tanta grandiosidade. Muito linda.

Bem em frente, na Piazza San Giovanni fica o Battistero de San Giovanni, dedicado ao patrono da cidade, São João. É a uma das construções mais antigas de Florença, entre os séculos 5 e 9.


Davi, de Michelangelo
 Seguimos para a Galleria dell'Accademia (€ 6,50), onde está o que mais queríamos ver: Davi de Michelangelo. Realmente, o monumento é incrível. Não imaginava ser tão grande. Os traços, os detalhes são magníficos. Ficam todos de boca aberta admirando tamanha beleza. Tem até um quadro na saída do museu retratando exatamente este momento. Ficamos um tempão lá, sentados, admirando a mais perfeita escultura de Michelangelo. Tiramos esta foto ao lado escondidos, mas não podíamos sair sem registrar esta preciosidade, vai!
Lá também tem outras diversas obras de Michelangelo, algumas inacabadas.

Voltamos pela Via Cavour, passando pelo Palazzo Medici Riccardi, pela Basilica di San Lorenzo, de Michelaneglo, Via dei Calzaiuodi até a Piazza della Signoria, onde sentamos nas escadas do Palazzo Vecchio e ficamos escutando os músicos de rua tocando Pavarotti.

Despedida de Veneza... rumo a Florença


 Nosso trem partia de tarde de Veneza para Florença (mudamos a passagem de 18h para 14h43). A diária do hotel terminava cedo e já tínhamos conhecido muita coisa de Veneza, queríamos chegar de dia ainda em Florença.

Para vocês não acharem que é só isso para ver em Veneza, não, não é. Fomos nos pontos principais e tínhamos apenas uma diária de hotel. Se ela terminasse mais tarde, certamente ainda teriam muitas outras coisas para ver. Tem várias ilhotas ao redor que são lindas, mas só conhecemos do Vaporetto (tipo um ônibus das águas, com várias linhas distintas).


Famosa Piazza San Marco
 Aproveitamos a manhã para ir na Basília São Marco, onde ele está lá sepultado. Esta construção é uma das mais grandiosas da Europa. A entrada é gratuita.

Para chegar perto do túmulo de São Marco e do Pala D'Oro, altar todo coberto de ouro, rubis e esmeraldas paga-se 2 euros e para subir e ver uma bela vista da praça e do Canal Grande, mais 4 euros.

E não pode entrar com mochila, nem casacos grandes. Tem que gardá-los próximo da Basílica. Ah! Também não pode entrar com short, vestidos curtos e decotes.

Em frente fica o Campanário (para subir 4 euros), de onde dá para ter uma vista de toda Veneza.

É na Piazza São Marco que ficam aqueles pombos, símbolos de Veneza. É um nojo as pessoas pegarem esses bichos na mão. Eles sobem na sua cabeça, nos braços, eca. Mas tem que tirar uma foto, né? Neste dia, tinham milhares de turistas, a cidade estava lotada, era fim de semana.

Fomos passear pelo Canal Grande (alguém lembra de Cassino Royale?). Passamos pela Ponte della Paglia, de onde se vê a Ponte Rialto, famosa como "Ponte do Suspiro" que de romântica não tem nada. Chamava-se assim por ser a última vista que os prisioneiros tinham antes de ir para a masmorra (lá era uma antiga prisão), que fazia ligação com o Palazzo Ducale, ao lado da Basília São Marco. Ela estava em obras e colocaram uma propaganda péssima, cobrindo quase toda a arquitetura. Era da loja Sisley (do grupo Benetton), famosa na Itália e que está patrocinando a restauração.

Depois pegamos as malas no hotel e fomos para a Estação Santa Lúcia, pegando o Vaporetto n. 2 e pagando 6,70 euros cada um. Compramos uma garrafinha pequena de Bellini para nos despedirmos e lá fomos nós. Tem que ter atenção para o número da carroza (vagão). Nós sentamos no assento correto, mas na carroza errada. Resumo da história, no meio da viagem, em Bologna, tivemos que mudar do vagão 2 para o 9 e com toda a nossa bagagem... marinheiros de primeira viagem...

Colocando o pé em Florença já dá para sentir a loucura, no bom sentido, da Itália. Veneza é pequeno e não tem carro. Mas Florença é uma "zona" de carros, bicicletas e uma infinidade de motos. Todos andam juntos no mesmo lugar, falam alto um com o outro... muito engraçado!

Pegamos um táxi da Estação Santa Maria Novella até o Hotel Annalena, na Via Romana n. 34, perto da Ponte Vecchio, a mais famosa sobre o rio Arno e a única que sobrou depois da II Guerra Mundial. Pagamos 10 euros contando com as malas.


Rio Arno

Quando entramos levei um susto. Era um prédio que também era residencial. Um lugar frio, velho, com cheiro de mofo e três enormes lances de escada. Falei pro Eduardo que queria sair de lá correndo e ir para outro hotel. Mas ele insistiu para subirmos antes e vermos como era. Realmente, quando passamos pela porta da recepção tudo mudou. O hotel é realmente velho, mas bem decorado, aconchegante e com funcionários simpáticos.

Ficamos, lógico. Nosso quarto era ótimo, tinha um jardim de inverno e uma cama muito macia. Só a TV que não funcionou nenhum dia. Mas tudo bem, acabamos nem sentindo falta. O hotel funciona também como albergue. Tinham quartos com banheiros comunitários.

Já era fim do dia e fomos passear pela Ponte Vecchio, onde hoje tem um monte lojinhas e artistas cantando e desenhando. Aliás, essa é a melhor hora. A luz do pôr do sol deixa ainda mais linda a paisagem.

Passamos pelo Palazzo Pitti (quase em frente ao nosso hotel), que abriga um complexo de museus até a Plaza della Republica, cercada pelas ruas Via de Tornabuori, Roma, Campidoglio, Calimala e Calzaiuoli, cheia de lojas bacanas.

Mas quem quer comprar produtos de grife baratos tem que conhecer o Valdichiana Outlet Village, pegando a autostrada A1 saída Valdichiana, mais perto de Siena. Não fomos lá porque estávamos sem carro. Dizem que vale a pena. Tem outro chamado The Mall, também fora de Florença. Nos Centros de Informações ao Turista pode-se saber horários de mini ônibus que levam até este último centro.

Voltamos pela Piazza della Signoria, onde fica o Palazzo Vecchio, antiga residência da família Médicis e hoje sede do Governo de Florença. Nesta praça ficam várias réplicas de esculturas lindíssimas, como esta da foto. Florença é um museu a céu aberto. Para todos os lados tem arte.

10 de jun. de 2009

Chegada a Veneza



Cena marcante de Veneza

Para voltar ao aeroporto fizemos o mesmo trajeto da chegada. Pegamos a linha RER B e chegamos no Charles de Gaulle. Fizemos a viagem de avião para Veneza (1h30) pela Easy Jet e pagamos 143,23 euros para 2 pessoas com as taxas inclusas.

Chegando no Aeroporto Marco Polo pegamos o Alilaguna, empresa de barcos que cobra 13 euros para ir até Veneza. Se você comprar ida e volta sai por 25 euros, mas como íamos de trem para Florença, compramos só ida. Aliás, na verdade compramos ida e volta, tínhamos esquecido deste detalhe do trem. Mas na hora de embarcar lembramos e conseguimos trocar no guichê.

Tem um barco que vai direto para São Marco, mas acabamos pegando um que deu a volta em toda Veneza, que levou 1h15, enquanto o direto leva 20 minutos! Ok, passeando de barco, admirando a paisagem (foto abaixo)... passamos por Murano, Lido, Burano, Torcello e pelo cemitério deles que é uma ilhota linda.


Chegada em Veneza
 Descemos na estação São Marco (nome do ponto do Barco). Nosso hotel era praticamente ao lado, não levou nem 3 minutos para chegar. Aliás ele era lindo!! Ficamos no Violino D'Oro bem em frente ao canal, onde tinha um ponto de gondoleiros e todas as lojas mais bacanas em volta: Gucci, Chanel, Versace, Prada, Zegna, Ferragamo, Pucci...

Mas meus elogios não são só pela localização. O hotel era muito bem decorado, limpíssimo, cheiroso, com um quarto e banheiro enormes e uma vista para o canal magnífica! Estávamos em Veneza no maior estilo!!!!!

Vista do meu quarto. Um luxo!

De fato não foi um dos hotéis mais baratos, mas também não foi caro. Como íamos passar uma noite apenas, resolvemos aproveitar. Achei este hotel no Booking, que aliás é um ótimo site de buscas de hotéis. Fiz todas as reservas pelo site e deu tudo certo.

Estava um calor do cão em Veneza. Trocamos de roupa e fomos nos perder pelas ruelas de Veneza. Sim, perder, porque aqui não se usa mapa. Vai chegar um ponto que o mapa te indicará uma rua que não existe.

Então o melhor é ficar pela Piazza São Marco e sair andando. Uma hora você dá nela novamente. Afinal, o barato daqui é justamente se perder no labirinto de ruas e lojas. É muito engraçado, porque num momento você está cercado de pessoas e muito movimento e de repente entra numa rua e todo mundo sumiu! Parece uma cidade deserta.

Piazza San Marco

Veneza foi uma surpresa para a gente. Não sei se era porque todo mundo falava que fedia e era suja. Estávamos com outra expectativa. Realmente a cidade é meio abandonada na manutenção das casas, mas esse é o charme!

Não achei nada fedorento (pode ser a época de maré alta, em novembro, eu acho) e tudo muito aconchegante. Todas as casas com aquelas flores vermelhas nas janelas, pessoas alegres, carismáticas, música em cada esquina... Estávamos na Itália, terra dos nossos antepassados! Quando falávamos que éramos brasileiros e descendentes de italianos, era uma festa! Nos sentimos em casa.

Quando você entra na Piazza São Marco é uma emoção tão grande... é linda, enorme. Dá vontade de beijar o chão! Ficamos um tempão lá admirando cada detalhe. Estávamos mortos de fome. Paramos num restaurante ao lado da Basílica de São Marco e pedimos um menu turístico (13 euros) com direito a dois pratos, salada e sobremesa ou café.

Para acompanhar tomamos um Bellini, típica bebida veneziana, uma mistura de espumante com suco de pêssego. Uma maravilha e só tem aqui. Docinho e refrescante, mas as borbulhas sobem rápido... Depois de lá, passamos num bar e compramos uma garrafinha para cada um (3 euros)... eita!


Canal Grande

O ícone de Veneza são as máscaras. Tem cada loja incrível, com máscaras de todos os tamanhos, formatos e cores. E também o murano, da Ilha de Murano, tem em toda esquina. Como escrevi antes, fomos andando, andando e quando vimos tínhamos chegado na estação de trem, na outra ponta da ilha. Aproveitamos para comprar o bilhete para Florença, que custou 70 euros para nós dois.

Na volta encontramos com 2 gondoleiros muito simpáticos e fomos fazer o romântico passeio pelo canal. É caro, pagamos 70 euros por meia hora. Negociamos, pois o valor era 80 e tem um de 60 por 15 minutos. Mas não tem como não pagar. Ir a Veneza e não passear na gôndola não tem a menor graça. O gondoleiro vai cantando, contando a história da ilha... passamos pelas casas onde moraram Casanova, Marco Polo e Vivaldi. Muito legal. Vale a pena.



No caminho cruzamos com um casal que tinha acabado de casar numa das 153 igrejas existentes na ilha. Tão lindo...

Já eram 21h30, passamos no supermercado, compramos queijos e uma garrafa de 1l de Bellini para deixar na geladeira do nosso quarto e ficarmos petiscando a noite. Foi só o tempo de trocar de roupa e voltamos para a Piazza São Marco. Lá tem um monte de restaurantes com música ao vivo. Mas não comemos lá, fomos comer pizza com vinho num restaurante nos arredores.

Na volta paramos na Piazza e ficamos mudando de restaurante para restaurante ouvindo os grupos se apresentarem. Ficamos lá namorando e dançando no meio da praça! Aliás, você só vê casal assim. Dizem que Paris é a cidade mais romântica, mas na nossa opinião, diz isso quem não conheceu Veneza, acompanhado, lógico. Tudo é muito romântico, muito gostoso.

Nós amamos Veneza!

2 de jun. de 2009

Fotos de Portugal


Despedida de Paris


Saint-Chapelle
 O dia hoje amanheceu chuvoso, mas bem mais quente do que ontem. Estava 23 graus. Fomos até a Île de la Cité pela Bd. Saint Michel para conhecer a Saint-Chapelle, uma igreja gótica construída em 1245 a pedido do rei Luís IX para abrigar as relíquias sagradas, uma delas a coroa de espinhos de Cristo.

Ficamos na fila por quase meia hora e pagamos 8 euros cada para chegar lá e nada! Todas as relíquias sagradas, inclusive a suposta coroa estão guardadas a sete chaves em Notre Dame, ao contrário de todos os livros turísticos que tinha de Paris.

Tudo bem, a igreja é linda pelas mais de mil figuras nos enormes vitrais retratando cenas do Velho e Novo Testamento, mas não valeu gastar tempo e dinheiro para isso.

Seguimos pela Ponte Neuf, a mais antiga e famosa ponte de Paris. Vários filmes de romance usaram esta ponte como símbolo da paixão. Mas ela não tem nada demais. Fomos margeando o Sena até chegar no Museu D'Orsay (€ 8,oo - não abre nas segundas). Estava tendo uma exposição de Rodin. Nós não entramos no museu dele, mas todas as grandes e principais obras estavam lá. Que máximo!


Museu D'Orsay
 O D'Orsay realmente é um escândalo. É um museu impressionista, talvez o maior do mundo. Você chega a cansar de ver tanto Monet, Renoir, Van Gogh, Matisse, Cézanne, Gauguin... é incrível você estar tão perto de obras tão importantes e valiosas. E pode tirar foto de tudo. Muuito bom passeio.

De lá fomos andando até Montparnasse. Este é um bairro bem bacana, tem muita coisa pra ver. Lá que fica o Catacombes, onde as pessoas descem até o esgoto para ver as caveiras de pessoas que morreram e foram jogadas lá, prática usada quando os cemitérios foram demolidos, no período de 1786 a 1814. Eu não gosto dessas coisas e por isso nem passei perto. Mas é uma atração. Vai entender...

Lá também tem o Observatoire de Paris, o mais antigo observatório astronômico do mundo, de 1667. Mas tem que reservar antes, as visitas acontecem somente um sábado por mês (http://www.obspm.fr/).

Ficamos andando pela redondeza do Tour Montparnasse, o prédio mais alto da França, com 210 metros. Ali perto tomamos um sorvete de pistache com chocolate refrescante, o calor tinha voltado e o sol aparecendo. Maravilha!

Quem estiver procurando pontas de estoque o endereço é Rue D'Alésia. Lá tem várias pequenas lojas com produtos de marcas francesas a preços bem em conta.


Despedida de Paris...

Depois de ficar zanzando por lá, fomos passar o fim do dia (8h30 da noite!) no Jardim de Luxemburgo (foto ao lado).

Tão gostoso... um monte de gente lá lendo livro, conversando... vendo a vida passar e curtindo o solzinho maravilhoso. Ficamos lá de bobeira e depois fomos para o hotel fazer as malas.
Au revoir, Paris! Amanhã estaremos em Veneza.

Coisas que não se pode deixar de fazer em Paris:
. Visitar o Louvre, Torre Eiffel, Arco do Triunfo, Notre Dame (repare que um dos santos ou bispos da fachada, não sei, está segurando a própria cabeça, sinistro...) e Versailles
. Comer e beber somente produtos nacionais (hahahaha)
. Compras: Galeries Lafayette, Printemps e Sephora (cosméticos)
. Conhecer o D'Orsay e George Pompidou
. Ficar sem fazer nada no Jardim de Luxemburgo
. Tirar uma foto na Champs-Élyées
. Ficar num desses cafés, sentado, olhando a vida dos parisienses
. Dizem que o chocolate Angelina é o melhor, mas experimentei vários tão bons quanto. Experimente tudo!
. Ande, ande, ande. Tudo é muito perto e plano. A beleza da cidade vale a pena.

Outras dicas:
. Cartão de crédito com chip
. Compra de ingressos para museus, utilize as máquinas com seu cartão de crédito com chip
. Leve um umidificador nasal, o clima é mais seco do que o nosso (Rio)
. Guarde sempre os bilhetes de metrô e trem, e não esqueça de validá-los antes de embarcar nas máquinas amarelas espalhadas pela estação

Um dia de aventura em Montmartre

Dia chuvoso em Paris
Hoje o dia amanheceu chuvoso, um frio! Estava fazendo 12 graus de manhã. Fomos para Marais, no Centre George Pompidou (€ 12 - 11h às 21h; abre as segundas, raridade nos outros museus, mas fecha nas terças e no primeiro domingo do mês a visita é gratuita). Pegamos um ônibus na Bd. Saint Michel até o ponto Halley George Pompidou, mas o ponto certo é o seguinte, Centre George Pompidou.

Ok, entramos na Rue Rambutreau até o museu. Foi rápido e ainda deu para passar nas lojinhas, além do Les Halles, o mercado municipal, hoje um centro de compras, quase um shopping center. Marais é mais barato do que do outro lado do Sena.

O centro tem o segundo museu de arte moderna mais importante do mundo (se alguém souber qual é o primeiro me fale. Pelo que estava lá era o Metropolitan de NY, mas tenho dúvidas). O impacto começa pela sua estrutura toda de vidro, aço e plástico, aí você entra e começa aqueles quadros maravilhosos de Picasso, Matisse, Miró, Dalí... e do último andar a vista é linda de Paris. Aliás, conforme você sobe as escadas rolantes já vai imaginando como é do último andar.

Neste dia estava tendo uma exposição de Kandisky, que eu adoro. Minha mãe tem a cópia de um quadro que eu amo e ele estava lá, o real, foi muito legal!


Voltamos pela mesma rua e nos deparamos com uma loja alucinante de doces, a Pain de Sucre (Rue Rambuteau, n. 14 - foto ao lado). Primeiro a forma como eles apresentaram os doces; parecem jóias. Depois o aroma da loja, a simpatia do funcionário e por fim o maravilhoso sabor de um mil folhas de chocolate... nossa, dá água na boca só de lembrar! É uma massa levíssima e um chocolate que derrete na boca. É para ser degustado, aos poucos, saboreando cada mordida. Nossa, queria um monte desses agora!

Depois deste momento chocolate continuamos para desgastar os quilos adquiridos. Esta rua tem um monte de lojas legais, não só de lembrancinhas, mas de compras de sapatos e roupas.

Em Marais tem o museu de Picasso, mas como já tínhamos ido a um em Barcelona, achamos que era demais ir em outro. Dizem que este é o acervo mais importante dele em diversidade. Bem, passamos pelo Hôtel de Soubise, pelo museu Carnavalet e chegamos na Place des Vosges, uma praça cercada por casarões que compõem a antiga Place Royale, da época do reinado de Henrique IV. Lá morou Victor Hugo (casa 6) e hoje é um museu. Paramos lá para degustar nosso vinho Chinon (do Vale do Loire) e nossos maravilhosos queijos brie, camembert e caprice des dieux. Hummm...

Continuamos andando até a Place de la Bastille, praça símbolo da Revolução Francesa. Antigamente lá tinha uma prisão (século 14), que foi destruída e em seu lugar erguido um obelisco em homenagem às vítimas da Trois Glorieuses, uma revolução que durou 3 dias, em 1830. Bem em frente fica o Opéra e ao lado tinha uma feirinha de artesanato e roupas, que eu adoro.

Tem mais coisa pra ver nesta região, mas que não nos interessou muito, preferimos pegar o metrô linha 5 até Montmartre para conhecer Sacré-Coeur. Chegando na estação, soubemos que havia acabado de ocorrer um acidente grave entre a estação de Anvers e Charles de Gaulle Étoile e por isso teríamos que parar uma estação antes, em Barbés. Minha dica é: se parar nesta estação pegue um táxi para Sacre-Coeur ou dê meia volta e ache outro meio para te levar até lá.

Nós saltamos em Barbés. Primeiro passamos por toda a periferia de Paris. Foi interessante conhecer este outro lado. Uma grande metrópole como outra qualquer, com suas mazelas e dificuldades, além de beleza e glamour. Confesso que naquele momento não me senti confortável.

Tivemos que passar por "corredor polonês", com vários homens vendendo tudo que se possa imaginar de forma assustada, como se a polícia fosse chegar a qualquer momento, sabe? Foi um pouco assustador. Nós que moramos numa cidade com violência já pensamos no pior... Mas seguimos andando e numa esquina vimos duas crianças brincando de atirar uma na outra. Por sorte era uma arma de brinquedo, mas de longe podia jurar que era de verdade.

Subimos a Rue Myrha, atravessamos a Rue de Glignacourt e entramos na Rue Muller, onde paramos para um café. Estávamos no pé da enorme escadaria que nos levaria a Sacre-Coeur. Este caminho é sinistro, muita ladeira e os arredores, nem precisa dizer mais, né?


Sacre-Coeur

Quando chegamos lá, em Sacre-Coeur (foto acima), tudo mudou. O lugar é lindo, Montmartre é lindo. Dá para ver toda Paris, uma das mais bonitas vistas. E para variar chegamos na hora de quê? Da missa, lógico. Dessa vez só de freiras cantando. Lindo, nunca tinha visto. Depois fomos andar por Montmartre. As ruas Chev de Labarre e Corcot tem várias lojinhas lindas. Lá compramos um soldado medieval médio. Eduardo ama. Ele é lindo. Na rua Norvins só tem bares e restaurantes.


Na volta descemos as escadarias, mas dá para descer (e subir) de funicular (bondinho, paga € 5), se quiser. Mas descer todo santo ajuda e lá fomos nós. No fim da escadaria tem uma escola com um placa sinistra, dizendo que aquele local foi bombadeado na Segunda Guerra, matando vários inocentes, inclusive crianças.


Lá embaixo paramos num café para tomar um vinho e comer alguns queijos. O cenário era Sacre-Coeur na nossa frente. Aliás, estávamos nos especializando em comer com belas vistas, ha ha. Foi ótimo. Para ter uma idéia como a redondeza é mais barra pesada, um cara passou e surrupiou os óculos escuros de um francês que estava sentado numa mesa próxima a nossa. Foi a maior confusão. Mas o francês recuperou os óculos, depois de ir atrás do cara. Lá tem que ter mais cuidado com bolsa e câmeras e nunca deixá-los sobre as mesas ou cadeiras.

Descemos pela Rue Turgot até Anvers, por onde deveríamos ter chegado. Muito mais tranquilo e seguro. Lá pegamos um ônibus, seguindo a orientação do cara do bar da Rue Muller.

Mas nos demos mal, fomos parar lá em Clichy, um distrito fora de Paris, longe pra caramba. Pelo menos por esse caminho passamos em frente ao Moulin Rouge (foto ao lado) que eu queria conhecer. A Boulervard Clichy, em Pigalle, tem um trecho que é só de lojas tipo sex shop e casas noturnas tipo Moulin Rouge.


Quando vimos que estávamos nos distanciando de Paris, saltamos do ônibus. Aí começou a trapalhada. Nos perdermos e não tinha uma alma viva para nos ajudar. Estávamos perto da ponte de Clichy e o lugar estava deserto.

Estava anoitecendo (por volta de 21h) e nenhum táxi ou alguém para nos informar. Eu não achava no mapa onde estávamos, não tinha mais essa região aparecendo. Resolvemos andar, atravessar o rio que achávamos ser o Sena, mas era o Seine. Estávamos mais perto de La Defense, uma parte de empresas e fábricas de Paris, com prédios mais novos, totalmente diferente das construções do centro.

Finalmente surgiu um táxi. O único lugar que veio a mente foi o Opéra Garnier, porque achávamos que estávamos perto da Bd. Haussmann. Nossa, entramos na Bd. Malesherbes que não acabava nunca e nada nos era familiar. Eu nervosa e o Eduardo calmíssimo. Só fiquei tranquila quando vi o Opéra, que aliás estava lindo de noite, todo iluminado, ainda não o tínhamos visto a noite.


Foi uma aventura, mas viagem que não tem algo inusitado não tem graça. Descemos a pé a Avenue de L'Opéra e quando chegamos na esquina do Louvre vimos a iluminação pisca-pisca da Torre Eiffel que não tínhamos visto (durante a semana é às 22h e dura exatos 5 minutos).

Estávamos dentro dela quando teve no outro dia. Sentamos no meio-feio da rua e ficamos lá admirando a beleza da Torre. O Louvre e a Torre Eiffel lindos, acesos. Essa foi para relaxar depois desta volta louca. Foi ótimo!

Quem for para Sacre-Coeur ou desce na Anvers e na volta pega o mesmo metrô (Anvers) ou se informa no Centro de Informações Turísticas e se junte ao ônibus de excursão que leva até lá. Senão, é roubada.

1 de jun. de 2009

Versailles é fantástico


Hoje (10/05) foi a despedida do Claudio e Sônia, que seguiram para Londres. Poxa, estava tão boa a companhia... Rimos e nos divertimos muuuito! Valeu!!


Panthéon

Fomos conhecer o Panthéon, ao lado do nosso hotel! A entrada no segundo domingo do mês é gratuita, nos outros dias custa € 8 (agora não me recordo bem, mas é por aí).


Este lugar foi idealizado para ser uma igreja, mas tornou-se um panteão (onde ficam os restos mortais de ilustres ou daqueles que prestaram grandes serviços a humanidade) formalmente em 1885.


Lá estão os túmulos de Victor Hugo, Voltaire, Braille, Rousseau e muitos outros. Pra variar é enorme, lindo. Tem um relógio de Da Vinci, que marca a hora pela posição do sol. Interessante.


Descemos pela Saint-Jacques até Notre Dame. Novamente chegamos bem na hora da missa, a qual assistimos até o fim. Para nós (Eduardo e eu) é muito importante esses momentos e aproveitamos para agradecer sempre tudo o que estamos vivendo.

Notre-Dame

De lá pegamos o metrô na estação de Saint Michel Notre Dame (€ 2,90) até Versailles-Rive Gauche (linha C. Cada trem tem um nome e a direção Versailles aparece na tela de TV da plataforma). A viagem leva cerca de 30 minutos e o passeio pelo palácio mais ou menos 2 horas, sem contar com os jardins.

 

Jardim de Versailles
Nós não tínhamos nos programado para ir ao Palácio de Versailles (€ 10,00 depois de 15h30 e gratuita pelos jardins - 9h às 18h30), já que fomos ao Vale do Loire, mas ainda bem que fomos.

O palácio é lindo, majestoso, rico. Os jardins são incríveis, você não vê o final e o palácio é totalmente decorado, parece que você está vivendo naquela época.

Nós pegamos um audio guia em português (de Portugal) já incluso no valor de entrada. Foi ótimo porque fomos conhecendo a história de cada cômodo e juntando com a história que já tínhamos vivido em outros locais. Por exemplo: conhecemos como Maria Antonieta fugiu antes de ser capturada e decapitada na Place de la Concorde e vimos o quadro original da coroação do imperador Bonaparte (a cópia vimos no Louvre).


Sala dos Espelhos

E a Sala dos Espelhos? Nossa, que coisa enorme e linda. Lá que foi assinado o Tratado de Versailles, que deu fim a Primeira Guerra Mundial. Como os fraceses dizem, Versailles era a Disney de Luís XIV, o Rei Sol. Foi um passeio não planejado muito bem feito. Adoramos!


Na volta paramos na mesma estação e fomos caminhando pela Saint Michel, passando pela fonte Saint-Séverin, na Rue de La Harpe e pelo Thermes et hôtel de Cluny. Lá tem umas ruínas romanas do século 1, onde fica o museu da Idade Média.

 Domingo praticamente tudo fecha e o bom está em Marais. Todas as lojas, cafés e restaurantes funcionam lá. Mas como estava chuvoso em Paris, resolvemos aproveitar para recarregar a bateria. Jantamos na Saint German e fomos para o hotel. Afinal, uma viagem de 20 dias...temos que conter a curiosidade e descansar, senão não conseguiremos aproveitar até o final.