7 de out. de 2012

Villa La Angostura

Setembro é um mês delicioso para ir à Europa, mas só tínhamos uma semana de férias e queríamos ir para perto, sem muitas horas no avião. Estava na dúvida entre Chile e Argentina, mas lembrei de uma cidadezinha linda que vi há muito tempo numa das milhares de matérias de viagem que guardo. Assim como Annecy, na França, morria de vontade de conhecer Villa la Angostura. Então... esse foi o destino escolhido.
 
Primeiro, vamos nos localizar: Villa la Angostura pertence à provincia de Neuquén, na Patagônia Argentina. Para chegar lá temos que ir para Buenos Aires e de lá pegar um avião para Bariloche. Villa fica a 83km de Bariloche e está a apenas 27km da fronteira do Chile.
 
Villa la Angostura é considerado um dos lugares mais bonitos da Patagônia e é onde começa o Caminho dos 7 Lagos. Bem menor do que Bariloche e San Martin de Los Andes, Villa é aconchegante, pequena, charmosa e com ótimos restaurantes.





Então, voltando à viagem. Passamos a primeira noite em Buenos Aires. Pela primeira vez ficamos em Puerto Madero e foi ótimo. A vista é muito bacana de noite e o hotel foi ótimo. Jantamos no La Cabrera, onde comemos a melhor carne das nossas vidas! E de fato o restaurante é famoso por isso. Pedi um bife de chorizo que foi maturado por 12 dias a 85% de humidade... um espetáculo. Mas é melhor fazer reserva. O restaurante é muito procurado por argentinos e turistas. São 2 e ficam em esquinas opostas em Palermo. Eu prefiro o La Cabrera Sur que é menor e mais aconchegante.
 
Palermo, diga-se de passagem, pra mim, é a parte boa de Buenos Aires. Senti a cidade muito abandonada e suja, além de cara. 
 
No dia seguinte pegamos o voo para Bariloche. Chegando lá, pegamos um carro alugado desde o Brasil pela Hertz. A estrada é ótima e o visual é lindo.
 
Villa fica exatamente do lado oposto de Bariloche, do outro lado do Lago Nahuel Huapi. Fomos percorrendo ele tendo as montanhas cobertas de neve ao nosso lado. Espetáculo.
 
Tem vários hotéis bacanas em Villa. Queríamos um em frente ao lago e com a montanha em frente. E foi o que conseguimos (veja reservas em Booking.com). Para comer bem, alguns nomes: Tinto (um bistrô espetacular), La Caballeriza e Nicoletto. Tem vários outros, mas esses foram recomendados como os melhores.  E vale lembrar: tudo é muito mais caro do que em Buenos Aires, mas nada que se compare ao Brasil, principalmente ao Rio de Janeiro.
 
Villa é um lugar para descansar, curtir o hotel, os restaurantes, a vista. Não tem nenhuma agitação. No centro, que pode se resumir a apenas uma única rua, tem umas lojinhas legais, muito chocolate, doce de leite e vinhos. O prato tradicional é truta. Villa é um dos maiores polos de pesca de truta da região.
 
Como este ano demorou a nevar, tivemos sorte, porque em nosso primeiro dia em Villa nevou muito! Fomos para Cerro Bayo, o centro de esqui de Villa. É bem pequeno e com pouca infra-estrutura. Subimos debaixo de muita neve, chegando lá comemos um waffle com doce de leite divino e bebemos um vinho da patagônia. E lógico, brincamos muito na neve!!!!
 


 
 
 
 
 
 

19 de ago. de 2012

Arles

Saímos de Aix-En-Provence rumo à Arles, cerca de 77km de distância pela E-80. Num determinado ponto da estrada, que tem várias saídas, erramos o caminho e pegamos a N-1453. 

Era uma sexta-feira, dia de feira na maioria das cidades. Este engano nos levou à pequena Saint Martin de Crau, onde estava tendo a feira dos nossos sonhos, com verduras, pães, frutas, queijos, vinhos... era uma feira mista. Tinha até animal sendo comercializado, roupas, acessórios, discos... tudo o que se pode imaginar. Nos deliciamos com os produtos locais. Foi maravilhoso. Essa é uma das vantagens de alugar um carro... você se perde para achar uma bela surpresa.

Feira em Saint Martin de Crau




Muitas opções de azeitonas!

Voltando à estrada, rumo a Arles, há 18km apenas, ainda pela E-80. A cidade foi fundada pelos gregos em 600 a.C e mais tarde dominada pelos romanos. Já dá para imaginar a herança arquitetônica do lugar...

Arles possui um anfiteatro romano incrivelmente preservado. Chama-se Les Arènes e que ainda comporta 20 mil pessoas para apresentações de touradas e outros espetáculos. Ao lado fica o Théâtre Antique, em ruínas, mas que também recebe alguns concertos e o Festival de Arles, no mês de julho. 

Arles foi a cidade onde Van Gogh pintou diversas paisagens. Há uma fundação em sua homenagem, mas assim como Cézanne em Aix, Arles não guarda nenhuma pintura de Van Gogh.

Todos os pontos ficam numa mesma zona, mas a cidade é grande. Nos concentramos no anfiteatro  e no quadrilátero da Place de La Republique. Paramos o carro num parking bem em frente ao Jardin D'Été, na Boulevard des Lices e exploramos tudo a pé.

Place De La Republique

Cloître Saint Trophime

 
Amphithéâtre

Por dentro do anfiteatro

Ruínas do Théâtre Antique





Na região de Luberon

Luberon é uma região belíssima formada pelo Parque Natural Regional de Luberon, cercado de cidades de produção de vinho, azeitonas, pepinos e flores, entre elas a lavanda.

Nesta região foi gravado o filme Um Bom Ano, motivo pelo qual as cidades de Lourmarin e Cucuron passaram a receber mais visitantes.

Saímos de Avignon pela N-7, pegando a D-900 em direção a Coustellet e de lá a D-2 até a linda Gordes, nossa primeira parada.

Chegamos em Gordes, no fim do dia, o que nos permitiu ter uma visão incrível do alto da montanha. A cidade fica no alto e ela é toda de pedra, com casas umas sobre as outras. Mais um vilarejo medieval, muito bem preservada por artistas e ricos turistas que aportaram por lá no século 20.

Como todo vilarejo que se preze na França, há um castelo no topo da montanha. Ele abriga uma galeria de arte, mas quando chegamos já estava fechado. Jantamos por lá, um prato de camarões e vinho da região. Aliás, sempre pedimos comida e bebida que sejam especialidade da região, isso é regra!

Gordes





No dia seguinte visitamos a linda Lourmarin e Cucuron. Esta última não há nada para ver, exceto pelo visual arquitetônico, que já começa a ficar muito parecido entre as cidades: casas de pedra, uma sobre as outras e ruas estreitas. Cucuron ficou famosa pelo filme, como dito antes, e agora está se preparando para este sucesso inesperado. A cidade toda está em obras. No futuro provavelmente será um local mais agradável de conhecer.

Já Lourmarin é linda! Também toda de pedra, ruas estreitas, lojas lindas decoração, moda e souveniers, além de doces, boulangeries, vinhos e embutidos.

A regra é parar num dos milhares de cafés, numa mesa de frente para rua e tomar uma taça de vinho ou mesmo um café. Fique lá parado, olhando para o movimento das pessoas e curtindo o lugar maravilhoso que está. Simples assim.

Lourmarin também tem um castelo para visitar e no fim do passeio uma cave com degustação e venda de vinhos locais.

Outras cidades visitadas foram Lacoste e Bonneiux. Umas graças também, que fecharam o circuito de Luberon. A viagem de carro é imperdível e sempre pelas petit route. Sem pressa e com paisagens de encher a vista de emoção.

Lourmarin




Chateau du Lourmarin



Cucuron

Vista de Cucuron

Torre de Cucuron

Lacoste

Igreja de Lacoste

Ruas de Lacoste

Plantações

Vista de Lacoste


Bonneiux

Na estrada: Para visitar as cidades de Lourmarin, Cucuron, Lacoste e Bonneiux saímos de Arles. De Arles para Lourmarin são cerca de 85km pela E-80, pegando a E-714 e depois a N-7 (Route Nationale 7), D-23E, D-32, D-973 até Lourmarin.


Cidades de tirar o fôlego

No segundo dia na Provence, acordamos cedo e partimos "sem rumo". Tínhamos outros grandes centros para conhecer, como Arles e Avignon, mas entre elas haviam diversas pequenas surpresas.

A primeira foi St Rémy De Provence, ao Sul de Avignon. Lembrando que nossa escolha foi as estradas pequenas (placas verdes), o que nos proporcionava belíssimas paisagens. A diferença de tempo não é tão grande e na Provence não dá para ter pressa para nada. Afinal, você está na região onde o tempo, na maioria das vezes, parece ter parado. 

St Rémy é a cidade natal de Nostradamus. A casa onde ele nasceu ainda esta lá, mas não se pode visitar, é uma propriedade privada. Ali também viveu Van Gogh, num mosteiro onde o pintor se internou por um ano após ter mutilado a própria orelha. Seu famoso auto-retrato foi pintado numa praça de St Remy.

Almoçamos por lá, num desses restaurantes com mesinhas viradas para rua. Um charme. Comemos um magret du canard com vinho rose da Provence espetacular!! E a sobremesa? Um tartare de maçã com chantilly... Hum... E são tão leves... 

Vale conhecer esta cidade encantadora. E fazer muitas compridas para casa. É uma loucura de coisas lindas para comprar. E lógico, os vinhos, afinal todas essas cidades são produtoras de vinhos. 


Ruela onde fica a casa de Nostradamus

Ruas estreitas de St Rémy com várias lojinhas

Um restaurante provençal

Magret Du Canard

Deliciosa sobremesa de maçã

Saindo de St Rémy, seguimos em direção a Avignon, cidade que foi sede do papado e só voltou a ser parte da França em 1791. É uma cidade grande e, em muita parte, feia, suja e com muitos pedintes nas ruas. A parte a ser visitada é dentro da muralha, tendo a Rue de La République como referência. As melhores atrações estão a sua volta. A visita imperdível é o Palais Des Papes (€ 10,50), onde ficava a Corte Papal, levada pelo papa Clemente V em 1309. É um magnífico palácio, com uma vista magnífica do Rhône, ou rio Ródano, um dos mais importantes da Europa. Bem em frente ao palácio, fica a Pont Saint Bénezet (€ 4,50) que teve parte destruída na grande enchente de 1226. 

Indo de carro, pode ser difícil estacionar. Vá direto à estação Gare Avignon Centre, onde tem estacionamento para 800 carros. A muralha tem várias entradas e também é possível estacionar dentro dela. Fique atento às zonas, divididas por cores e números. Ao estacionar, você deve pagar o bilhete numa das várias máquinas espalhadas junto ao meio fio. O valor é estipulado de acordo com a zona e com o tempo que se pretende ficar. Visitamos os principais pontos e fizemos todo o percurso a pé em pouco mais de três horas. 

Em abril o clima é perfeito e anoitece muito tarde, o que permite aproveitar muito mais o dia. Saindo de Avignon fomos rumo a Luberon, um fantástico parque florestal, onde foi gravado boa parte do filme "Um Bom Ano". Mas essa parte vou contar em outro post.

Palais Des Papes

Place De L'Horloge

Rue de La République

Porte de La République, uma das entradas na muralha

Pont Saint Bénezet

Petit Palais

Ponte com o Palácio dos Papas

Palácio dos Papas

Vista sobre o rio Rhône


Na estrada: Saindo de Aix pela E-80 rumo a Avignon, conhecida como La Provençale. Ela vai, na maior parte, lado a lado com a auto estrada (A-8). Há diversas Caves no caminho e vale a visita para degustar e comprar bons vinhos da região. A vista é impagável. São cerca de 122km até Avignon, sem contar com os desvios. A estrada passa por Salon-de-Provence, uma pequena cidade fofa, sem precisar de desvio. St Rémy já é diferente, precisa de um pequeno e recompensador desvio. A E-80 vira E-714 e o nome passa a ser Autoroute du Soleil, um pouco depois de uma cidade chamada Coudoux. Para ir para St Rémy, deve-se pegar a saída para Cavaillon, pegando a Route de Cavaillon. Tudo é muito bem sinalizado. A Route de Cavaillon muda para Route de Saint-Rémy e Route d'Oregon (N-99) até chegar em St Rémy. De St Rémy para Avignon é só seguir as placas, mantendo-se nas petit route. Eu fui pela D-571, chamada de Route de la Creu, depois  muda para Route d'Avignon.  Foram cerca de 20km. 

Apesar das estradas serem perfeitas e muito bem sinalizadas, usei o GPS do iPad, que foi fantástico.