21 de jun. de 2010

Meu pequeno paraíso


Vista da Guarda do Embaú
 Imagine um lugar com montanha, mar azul transparente, areia branca, um rio de água fresca e limpa e muito camarão, ostra, mexilhão o dia todo... O nome desse pequeno paraíso é GUARDA DO EMBAÚ. Diz a lenda que lá era o lugar onde os piratas escondiam seus tesouros guardados no baú e daí vem seu nome.

A Guarda fica em Santa Catarina, no muncípio de Palhoça, há 50km ao sul de Florianópolis, dentro do Parque Estadual Serra do Tabuleiro. Lugar de destino dos amantes do surf, também já foi point de pilotos de asa delta (com meu marido e seu amigo Giacomazzi) e hoje você vê alguns parapentes pelo céu... Em novembro é época de baleias e golfinhos, a melhor época para se visitar, até março. Depois é mais frio.
Bem, chegando em Florianópolis, você pega um transfer para a Guarda do Embaú. Chegando lá é só relaxar... deixe o relógio no hotel e desligue o celular. Você está na Guarda! Nada mais importa. É só curtir o sol, o mar, a natureza exuberante! E curtir muuuito o pôr do sol, que é lindo!


Para chegar na praia é preciso atravessar o Rio da Madre nos barquinhos, que custam R$ 2,00 ou ir nadando. Mas cuidado! Tem correnteza e é bom não se arriscar.  


O dia na Guarda é assim: um mergulhinho na praia, outro no rio... caipirinha, camarão... peixinho... barraquinha, cadeira confortável com porta travesseiro e porta-copos... um luxo no paraíso. O lema é relaxar e curtir a natureza.

A mais bela vista da Guarda é da Pedra do Urubú (veja a primeira foto). Para chegar até lá temos que seguir um pequena trilha, que não leva mais de 20 minutos. O visual vale: o encontro do rio com o mar é lindo, emoldurado pelas montanhas e o céu azul.


Andando pela pedras (tem trilha também) podemos chegar até a Prainha, totalmente deserta. Não tem nenhum comércio, então leve sua água, sua fruta e seu saco de lixo para trazer tudo de volta! Antes da Prainha dê uma parada no Bar do Ervori: uma pequena casa no meio da praia. Dizem que ali é o melhor lugar para ver as baleias (eu ainda não vi, tenho que ir em novembro!). Você vai encontrar várias fotos de artistas e ilustres que passaram por lá.


Outra dica imperdível se você gosta de ostras e mariscos: ir na Praia do Sonho. Lá que ficam as fazendas de criação. De lá que saem as ostras para exportação e para os melhores restaurantes do Brasil. Você pode compras dúzias e dúzias de ostras e mariscos a um preço justo e comer na hora nos bares da praia ou fazer como nós: levamos 4 dúzias de ostras e 2 de mariscos e fizemos um festival em casa (no hotel do Madeira e Carine - figuras conhecidas e muito amadas por nós dois!).


Uma boa pedida é comer na Garapeira, um barzinho quase em frente ao Rio. Lá tem vários pratos de comida caseira maravilhosos e uma cerveja estupidamente gelada. Entre uma e outra, experimente um mergulhinho no rio sob o pôr do sol... inesquecível (veja a foto com o barquinho em destaque).

Nos arredores

Saindo da Guarda, rumo ao Sul do Estado, você pode conhecer Ibiraquera, uma praia ótima para surf, wind e kitesurf e a Praia do Rosa, claro. É imperdível, com muita agitação de dia e de noite. Tem vários restaurantes legais, um que indico é o Tigre Asitático. Maravilhoso! Ver o pôr do sol lá é lindo.

É isso. Guarda é o nosso pequeno paraíso. Para quem gosta de natureza e se desligar do mundo, lá é o lugar certo. Sempre que podemos, damos uma escapada para renovar as energias.


Dicas para ficar:
Pousada Anjo da Guarda: Luiz e da Viviane, (48) 3283-2527. Muito bem localizada e confortável.
Pousada do Madeira e Carine Schuler (48) 3283-2815. Veja as fotos no Orkut da Carine Schuler. A pousada tem até academia para quem quiser continuar mantendo a forma nas férias.

16 de jun. de 2010

Despedida de Buenos Aires



Fim de viagem... já tínhamos visto tudo... ou pelo menos os pontos mais importantes.

Acordamos cedo e fomos passear no Congresso Nacional, na Av de Mayo. Ficamos por ali, na Corrientes, Callao, Tucuman, Viamonte... e voltamos para a Florida para as últimas comprinhas.

Na Florida tem uma livraria que vale a pena conhecer, a El Ateneo. São três andares para passar tempo. Tem uma outra na Santa Fé que dizem ser mais bonita por conta da sua arquitetura, mas eu não fui.

Fomos até o Cassino em Puerto Madero. Nada demais, mas tem que ir. Como já escrevi, o cassino é num barco, já que os jogos são proibidos em terra. Não foi especificado que na água não valia e aí: jogo flutuante, ué! Justo.

Voltamos andando por tooooodo Puerto Madero. Paramos numas escadas de um restaurante que estava fechado. Estava tocando Black do Pearl Jam. Edu e eu amamos essa música. Foi fantástico. Ficamos alí sentandos um tempão escutando várias músicas do grupo... ficávamos vendo as pessoas andando de um lado para o outro, o céu azul lindo e aquele cenário do porto (dizem que se alguém beber 3 litros daquela água morre em 3 horas, cruzes!)



Lá no porto tem uma sorveteria famosa que tem que conhecer: o Fredo. Experimente o sorvete de doce de leite, o mais tradicional. É uma delícia, mas confesso que achei um pouco enjoativo. Outra coisa tradicional é o alfajor. Tem que comprar e levar de presente!

Almoçamos no Tierra de Parrilleros, em Puerto Madero, ao lado do Hilton. Quase em frente à Ponte de La Mujer. Muito interessante esse restaurante: todos os funcionários são vestidos à caráter e enfim, comemos a tradicional parrilla, que nada mais é do que a forma como se assa a carne, em uma grade a poucos metros do chão. E é a lenha e não carvão! A carne deles é espetacular e com um bom vinho argentino... não tem erro! Buenos Aires é uma delícia!

La Bombonera

Terça-feira, 8 da manhã e 4,9 graus! Muuuuuuito frio. O dia estava lindo, um céu azul, azul, azul. Fomos andando pela Florida até a Plaza Libertador Gral. San Martin. Lá tem a chama do soldado e monumento a San Martin. Logo à frente fica a Torre de Los Ingleses, presente dado pelos britânicos, que lembra (bem de longe) o famoso Big Ben. A Torre não pode receber visitas (pelo menos até 2009), talvez agora já esteja aberta.

Pegamos um táxi (8 pesos) até o Museu de Belas Artes, mas estava fechado por "motivo de força maior". então seguimos para o MALBA. Como só abria às 12h, ficamos passeando pelas ruas ao redor, que são lindas. Lá eles tem um cultura dos passeadores de cães. Nesta região você vê várias pessoas passeando com até 30 cães de uma só vez! Só para ter ideia, a população de Buenos Aires é de mais ou menos 3 milhões de habitantes e a população canina é de 500 mil, ou seja, 17% são cachorros! E os passeadores ganham, em média, 300 pesos por cão ao mês. Dá para tirar um bom dinheiro, não é?

Enquanto o museu não abria, fomos passear no shopping, claro. Fomos no Paseo Alcorta. Tomamos um delicioso capuccino no Café Martinez. Tem várias lojas legais e o shopping é muito bonitinho.

Voltando ao MALBA... estava tendo uma exposição de Tarcila do Amaral! Adoro a arte dela. Super colorida, linda. Lá que fica permanentemente o Abaporu, um dos quadros mais famosos de Tarcila.

Voltamos para o hotel para esperar nosso transfer. Era dia de jogo do Boca Juniors! Seguimos para La Boca. Paramos na Estação Boca Tango, uma espécie de mini cidade com várias lojinhas que recriaram uma parte Caminito.

Assistir ao jogo do Boca X Cruzeiro no estádio La Bombonera foi uma das experiências mais fantásticas. É impressionante como eles cantam sem parar, nem mesmo no intervalo. O estádio realmente parece uma caixa de bombom, não é à toa que tem esse nome. Você fica muito próximo aos jogadores (a sensação é essa). Foi neste dia que alguém jogou uma pedra na cabeça do bandeirinha e o jogo acabou antes do previsto. Logo depois o Boca perdeu a chance de jogar contra o meu Fluzão em La Bombonera, o que favoreceu o tricolor. Só uma curiosidade... Ah! O placar foi de 3 X 1 para o Boca.

Nós pagamos 200 pesos por cada ingresso! Sem guia seria 110 pesos, mas lá não é um lugar muito seguro... então tinha que ser com um grupo. Valeu a pena. Foi caro, mas valeu.

Explorando Palermo e San Nicolas

Ual, a temperatura estava 6 graus! Para uma carioca é frio demais!!!!! Fomos caminhar na Florida e Lavalle. Essas ruas são um shopping a céu aberto. Mas como são bem turísticas os preços tendem a não ser tão baixos. Na Corrientes é possúvel encontrar algumas lojas com valores bem atraentes. Na Avenida Córdoba, na altura do número 4.000 e 5.000 você encontra lojas outlet de marcas famosas, como Puma e Nike.

Da Córdoba, entramos na Av. de Mayo - a rua mais européia de Buenos Aires, segundo eles - passando pelo Teatro Colón (estava em obras, mas fui da vez anterior e vale muuuuito o passeio; é lindo! Tem que fazer a visita guiada pela ala subterrânea) e o Obelisco, que é o símbolo da Cidade, mas não diz nada a ninguém (eu acho). Na quadra depois da 9 de Julho - a mais larga avenida do mundo - fica o Café Tortoni (n. 825), um dos cafés mais antigos e tradicionais da cidade. Tem que ir lá comer churros e tomar um chocolate quente. Dentro do Café tem três estátuas de Jorge Luís Borges (escritor), Carlos Gardel (famoso cantor de tango) e uma mulher que, me perdoem, esqueci o nome (veja a foto). Aliás, há várias obras de arte, esculturas, pinturas...

Depois fomos para Palermo (linha D do metrô, pegando na 9 de Julho. Custa 0,90 pesos). Paramos na estação Plaza Itália, em Palermo Viejo. A estação fica bem no Jardim Botânico, que não tem nada demais (o nosso é mil vezes mais bonito), mas é uma área interessante de conhecer se você tiver tempo. Fomos bem rapidinho e entramos no Jardim Zoológico (14,90 pesos). Adoramos visitar Jardins Zoológicos! É um passeio de 2 horas, bacana de se fazer. Achei um pouco sem manutenção, mas não deixa de ser interessante. Bem atrás fica o Jardim Japonês (5 pesos). Uma graça de lugar. Toda essa área é bem arborizada. Aliás, falam que Palermo é o pulmão da cidade.

Passear pelas ruas de Palermo é bem gostoso. Tem um monte de outras coisas para fazer (se você tiver tempo), como ir no MALBA, o museu de arte (terça fica fechado e quarta é grátis), Planetário e o Hipódromo. Aliás, estava tendo uma corrida com o J.Ricardo e nós só fomos saber de noite! Podíamos ter ido...

Pegamos um táxi (12 pesos) até Puerto Madero, no dique 4. Almoçamos no Cabañas Las Lilas. É o restaurante dos brasileiros, todo mundo vai lá. Comemos um chorizo com arroz à piamontese. O chorizo deles não é o que pensamos... é apenas um medalhão bem suculento. A sobremesa que o melhor: pêra ao vinho. Hummmm. Se não quiser almoçar, vale sentar na varanda, pedir um vinho (lógico!) e pedir um couvert. É caro se comparado aos demais gastos na cidade (custa 20 pesos), mas vale.

Para fazer a digestão lá fomos nós. Andando, andando... Fomos até a Av. Santa Fé, na altura do n. 1600 onde tem a Adidas, Puma, Nike. Não é tão barato... em janeiro que é época de liquidação. Não vale se deslocar até aqui para as compras não. Melhor ficar na Florida ou ir à Av. Córdoba (só se for comprar muito, porque é longe).

Jantamos no Paseo La Plaza, tipo um shoppingzinho com alguns restaurantes, teatros e lojinhas. Comemos no Las Cañas. E dá-lhe mais vinho Luigi Bosca! Experimentamos também o La Linda, da mesma vinícula e é mais suave.


Dica: Trocar dinheiro na rua Sarmiento n. 480, entre a Reconquista e a San Martin. Para ficar mais fácil vá pela Corrientes. Essa área é o coração financeiro da cidade, tem muitas casas de câmbio, bancos e empresas.

Maratona porteña

Passamos 4 dias inteiros em Buenos Aires. É um tempo razoável. Depende do seu objetivo. Dá para ficar mais, com certeza e curtir com mais calma cada lugar. Menos é muito pouco. A não ser que você vá apenas para passar um fim de semana romântico... em restaurantes maravilhosos e hotel idem. Não era nossa programação. Eduardo não conhecia e queria levá-lo nos pontos principais de Buenos Aires. Então vãobora!

Começamos pela Catedral Metropolitana (entrada gratuita, das 9h às 19h). Não parece, mas é uma igreja. Foi construída no século 18. Lá que fica o mausoléu de San Martin, o general que proclamou a independência da Argentina. San Martin era maçon. Por isso muitos protestaram quando seus restos mortais foram transferidos para a Catedral.

Do lado direito fica o El Cabildo ou simplesmente Museu Histórico Nacional. Às segundas fica fechado. Não conheci e acho que não perdi muita coisa. Do lado esquerdo fica a Casa Rosada, sede do governo. Não dá para visitar a Casa Rosada por dentro, não sei se um dia voltará a ter visitas. O que chama atenção hoje é a troca da guarda, quase igual à troca da guarda inglesa.  Acontece todos os dias, em horas ímpares, das 11h às 17h.

Esses três locais turísticos ficam na Plaza de Mayo, a praça mais importante da cidade. No centro da praça é onde, às quintas-feiras, mães que perderam seus filhos durante a ditadura militar, se reúnem para lembrar as mortes e desaparecimentos. Elas são chamadas de Madres de la Plaza de Mayo.

De lá pegamos um transfer que nos levou até Caminito, em La Boca, um bairro de periferia onde fica o famoso estádio La Bombonera, do Boca Juniors. Caminito é um lugar de artistas, com muitas exposições e dançarinos de tango que a toda hora te chamam para dança ou tirar fotos e depois te cobram um valor de acordo "com a cara do freguês". Ah! Lojinhas de souvenir é o que não falta! As casas são super coloridas, em algum momento você pode até achar que está no Pelourinho... tinha um grupo tipo Olodum tocando. Mas apesar de interessante, o lugar não é tão confiável. É bom andar em grupos ou se manter nos locais mais movimentados.

Fomos para Av. Corrientes de onde pegamos outro transfer que nos levaria ao Tren De La Costa, até Tigre, uma pequena província a 32 km de Buenos Aires. A cidade era o reduto da aristocracia portenha na década de 30. O passeio pelo Delta começa a partir desta cidade.

Fomos de carro até San Isidro, uma linda cidade, onde os porteños passam seus fins de semana. A estação é uma graça. Aproveite o supermercado para comprar uns sanduíches e bebidas para o passeio que vem pela frente. Lá tem uma feirinha bem bacana.

O trem nos levou direto a Tigre. Aproveite para ver a bela paisagem. Bem diferente de San Isidro, Tigre é um bairro residencial, com muitas construções antigas. Passamos pelo mercado das frutas, onde fica o porto que recebe as madeiras das ilhas do Delta. Tigre é famoso pelo remo e pelas lojas que vendem móveis de madeiras e vime.

As casas da ilha, que beiram o rio, toda sexta-feira recebem produtos e utensílios pelo barco-mercado. Para sinalizar a parada do barco, tem que colocar uma sacola no deck. Aliás, todo o abastecimento é por barco. Muuito louco viver assim. As casas são suspensas por conta da maré, que sobe em época de cheia.

Voltamos de trem até San Isidro e de lá fomos de carro até a Recoleta, onde ficamos. O passeio mais mórbido é visitar o cemitério, mas tem que ir, só para ver. O pior que é bonito. Evita está lá! Aliás, é por isso que todos vão. Mas é um pedacinho pequenininho. Passa quase desapercebido.

Recoleta é um bairro chique de Buenos Aires. Tem ótimos hotéis e restaurantes caros. Lá que fica a Floralis Generica, na Plaza de Las Naciones (em frente à Universidade). É uma escultura em formato de flor que se abre pela manhã e se fecha pela noite. Muito bonita.

Seguimos explorando o bairro, andando pela Alvear, Posadas e Callo. Este triângulo é um dos mais chiques e "europeus" de Buenos Aires. As construções são muito bonitas e as ruas bem charmosas. Bem perto fica o Patio Bullrich (Av. Del Libertador, 750), um shopping bem simpático e pequeno.

Por hoje é só. Hoje o dia foi bem puxado...

Dica: comprar vinho numa loja na Av. Corrientes na altura da 25 de Mayo. Lá eles já embalam para viagem. Esqueci o nome da loja... Ela é bem grande, de esquina.

15 de jun. de 2010

Buenos Aires querido!


Ir para Buenos Aires é sem dúvida um passeio barato e rápido. Ótimo para quem não tem muito tempo e também grana para ir para Europa, por exemplo (na verdade tem Buenos Aires para todos os bolsos).

A arquitetura, as cafeterias na rua e o clima friozinho podem muito bem ser comparados à Europa. Aliás, eles adoram falar "a rua mais européia da Argentina..." A influência dos espanhóis, italianos e ingleses contribuíram para este cenário. Mas é América do Sul, pertinho de nós, los hermanos! A passagem é mais barata do que muitos destinos brasileiros, para nossa tristeza... poderíamos conhecer lugares incríveis aqui, mas a tentação é grande de sair do país.

O porteño, como são chamados os hermanos de Buenos Aires, são elegantes e simpáticos. Essa coisa de falarem que argentinos e brasileiros não se dão é besteira. Pelo menos as duas experiências que tive em Buenos Aires foram fantásticas e quando dizia ser brasileira, era muito melhor atendida.

Fui duas vezes: uma em janeiro e a outra em abril, que estava bem friozinho. Adoro programar as minhas viagens, por isso não costumo fazer nada com agentes. Mas como os pacotes para Buenos Aires são mais em conta e da última vez resolvi ir cinco dias antes do embarque, pedi ajuda à Gold Tur, em São Paulo. Foi bom por que ele viu hotel e tinha uma guia me esperando no aeroporto. Mais tranquilo.

Fiquei no Fácon Grande, um hotel antigo na Reconquista, 645, bem perto do Galerías Pacifico, um dos shoppings mais famosos de Buenos Aires. Apesar de antigo é um bom hotel, bem localizado, confortável e com pessoal super atencioso. Ah e mais um detalhe: suuuuuper barato.

Chegamos por volta das 14h30, deixamos as malas no hotel e fomos explorar a cidade. Fomos andando até San Telmo pela Defensa. Era domingo e estava tendo a famosa feira de San Telmo, um tradicional mercado das pulgas, que só tem aos domingos, das 10h às 18h, na Plaza Dorrego e ruas próximas. Tem de tudo: artesanato, obras de arte, roupas, acessórios e ainda shows de tango, estátuas vivas... Lanchamos por lá, num bar bem em frente à Plaza chamado Nefartite (foto).

De lá descemos a Humberto Primeiro até Puerto Madero, um antigo porto de 1899 que foi desativado e depois revitalizado. Aliás essa revitalização marcou o maior projeto urbanístico da cidade (o que esperamos acontecer um dia com o porto do Rio de Janeiro). Em Puerto Madero estão alguns dos restaurantes e bares mais badalados da cidade, além de diversos estúdios, galerias de arte e hotéis bacanas em torno. Lá que fica também o cassino, num barco, já que não pode atividade de jogo em terra. Boa essa saída. Eu não gosto de cassino,as tem que ir para conhecer. Não tem nada demais.

Em Puerto Madero também fica o Museo Fragata Sarmiento, presidente da Argentina em 1868. Foi com ele que Buenos Aires aumentou seu território (onde hoje se localizada a província de Formosa) na Guerra do Paraguai. Não há um lugar na Argentina que não tenha algum monumento ou local com o seu nome.

Continuando nosso passeio...andando às margens de porto fomos nos aproximando de um restaurante que tinha música ao vivo, o Cafetino Carletto. Estavam cantando Nessun Dorma. Estava de noite, tinham velas nas mesas e muitos casais. Uma lua incrível e aqueles cantores com uma voz tipo Pavarotti, sabe? Chorei de tanta emoção. Foi uma das coisas mais lindas que ouvi, num cenário encantador.

Continuamos andando ainda estonteados. Subimos a Av. Corrientes, uma rua enorme muito movimentada (é verdade que na proximida de Puerto Madero não é muito. Mulher sozinha é melhor pegar um táxi). Seguimos até a Florida, uma rua só de pedestres com mil lojinhas. Para quem gosta de um lugar tipo Rua da Alfândega... vai ser feliz lá. Passamos no Galerias Pacifico, um shopping bem interessante, cheio de afrescos.

À noite fomos atrás de agitação em Palermo Soho. São duas Palermos: a Hollywood e a Soho. Dizem que a primeira é mais discoteca e a segunda mais barezinhos. Neste dia começou a chover muuuuito e entramos no primeiro bar que achamos, o Malasarles. Comemos um spaguettis en tinta de calamar con creme de champignons (massa com lulas) e um Luigi Bosca, de Mendoza. Só produtos nacionais! Essa é a regra.

L'ultimo giorno ...

Nosso voo mudou de horário, era para ser na noite do dia 23 e passou para às 6h20 da manhã. Ou seja, perdemos um dia em Roma. Então esse seria o último... Para não sair de madrugada, resolvemos ir à noite e foi a pior coisa que fizemos. Deixamos as malas no aeroporto e passamos a noite lá. Nossa! Que terror! As horas não passavam...

Bem, mas antes disso... voltamos para a Piazza Di Spagna. Decidimos fazer umas comprinhas. Até aqui não tínhamos comprado nada! Fomos com o dinheiro contado e já que teve uma sobrinha... resolvermos nos dar ao luxo de compras umas coisinhas...

Como era o último dia, largamos o mapa e fomos explorando sem rumo. Almoçamos num restaurante chamado Matricianella, de 1957.  O restaurante fica na Via Del Leone, 4. Comemos um taglioni con cozze e pachino (ou seja, massa com mexilhões e tomates) e um tomarelli con gamberi e zucchine (ou seja, massa com camarões e abobrinha). Os dois são bem apimentados, pelo menos pelo meu gosto, mas muito saborosos. Aliás, é difícil errar uma massa na Itália, não é? E de sobremesa: uma torta da nonna!

Ficamos andando, andando... tomando café, sorvete... é tão bom ficar observando a vida dos italianos, as paisagens... sem rumo... só passeando.

Hora de voltar: pegamos um trem para o aeroporto Leonardo Da Vinci ou Fiumicino. Pagamos 22 euros para nós dois. É tranquilo de ir, sem problemas.

A volta durante o dia é brabo...as horas não passam. Mas valeu. A viagem foi maravilhosa. Depois de conhecer a Europa, não penso em outra coisa a não ser voltar. Tudo aqui é lindo, tem história! Conhecemos lugares incríveis, experimentamos comidas dividas, bebemos vinhos deliciosos...

Mas também vou dizer que depois de 23 dias fora, voltar para casa é bom demais. Ver minha Cidade Maravilhosa, minha casa... é muuito bom ir. Poder voltar é melhor ainda!

Alla prossima! Se Dio vuole!

Dica Tax Free: Cada país tem seu valor e você tem que pedir ainda nele. Na França, por exemplo, é 175 euros e na Itália é 130 euros. Na loja onde você compra tem que pedir o formulário preenchido. E detalhe: não despache o produto que vc vai pedir reembolso, senão nada feito. Você tem que mostrar. Como cheguei tarde no aeroporto, não pude pedir meu reembolso em dinheiro, tive que fazer o pedido no cartão de crédito. Mas até agora não recebi nada...

Explorando Villa Borghese e Spagna

A verdade é que depois de 20 dias viajando e andando sem parar, já estávamos um pouco cansados. Roma tinha muita gente! Decidimos dar um passeio em Villa Borghese, um parque imperdível. Uma área enorme, verde, com muitos lagos e fontes. Para chegar até lá pode ir de metrô (linha A para Spagna ou Flaminio) ou de ônibus. Preferimos ir de ônibus para ver todo o caminho. Pegamos o número 910 em direção a Flaminio. Custou 10 euros, achei bem caro. Saindo da Villa Borghese tem a Via Vittorio Veneto, uma das ruas mais bonitas de Roma. O mais atraente são são os cafés nas calçadas, um charme só.

Voltamos também de ônibus (não lembro o número, mas também não importa porque foi errado). Ele deu a volta em quase toda Roma até chegar no Coliseo. Almoçamos num restaurante pequenino em frente ao Coliseo com rosas na parede. Muito charmoso e barato (45 euros + 10%): comemos uma massa (lógico!) com vinho e água.

De lá fomos para a Piazza Di Spagna (metrô Colosseo até Spagna). As ruas Condotti, Cavour e Del Balbuino são as que concentram as marcas mais luxuosas, tais como Louis Vuitton, Hermès, Chanel, Bvulgari...tem uma Osklen (nossa brasileira) linda!

No fim da Balbuino fica a Piazza Del Papolo. Tem uma história curiosa: nesta praça há 2 igrejas idênticas. Dizem que uma delas foi construída para as famílias mais ricas poderem frequentar. Mas atendendo às reividicações do povo, já que a igreja é de todos os filhos de Deus, foi construída outra idêntica ao lado. Se é verdade ou não, não sei, mas é o que dizem por lá.

Na Piazza Augusto Imperatore fica o famoso Ristorante Alfredo Imperatore all'Originale. Tem que fazer reserva, vive cheio. Obviamente não conseguimos em cima da hora e fomos jantar próximo, na Via Della Croce, na Trattoria D'Angelo uma pizza maravilhosa com um Chianti clássico (50 euros + 10%).

Voltamos andando pelas ruas cor âmbar de Roma até a Fontana Di Trevi. Estava lotada de turistas! Tomamos um sorvete de pistache com chocolate (divino) e outro de "camata siciliana". Muito bom, tem que experimentar.

Nossa última noite em Roma...

Dia de Vaticano!

Para ir ao Vaticano - o menor estado independente do mundo - compramos, no dia anterior, num centro de informações que fica na Piazza Navona, o passe de 25 euros incluindo o Museu do Vaticano, a Basílica de São Pedro e um Audio Guide em Português, que acabou não tendo... fomos apenas perguntar no balcão e na hora a atendente mandou a agência nos devolver o dinheiro por ter dado uma informação errada. Incrível. Usamos o audio guide inteiro em espanhol e inglês e ainda recebemos parte do dinheiro de volta (14 euros).

Para chegar até lá, pegamos o metrô sentido Otaviano/San Pietro. É tudo muito bem sinalizado, mas se tiver dúvida vá em direção à multidão. Não tem erro.

A primeira visão é a Piazza San Pietro. Tem alguns pontos marcados no chão, vá até eles e olhe em volta. É incrível, você vê alinhada todas as colunas ao redor como se fosse apenas uma fileira. Lá que o Papa faz audiências públicas todas as quartas. E adivinha que dia era? Quarta-feira! Mas nós, bobinhos, seguimos com o passeio e não vimos o Papa!!!

O museu é enooooorme. Aliás, são vários museus dentro de um. A parte do Egito é a mais fantástica. São monumentos de mais de 2 mil anos antes de Cristo! A vontade é de tocar em tudo (algumas coisas pode) e sentir a energia, a vibração de um tempo tão distante.

Mas o que mais queríamos ver era a Capela Sistina, onde é realizado o Conclave para a escolha do próximo Papa. Lá não pode tirar foto, mas claro que demos um jeitinho. Não podia ficar sem uma foto daquele teto estonteante de Michelangelo. Um pouco antes tínhamos comprado um livro numa loja de souvenir lá fora sobre a Capela Sistina. Fomos lendo cada pedaço e entrando na história. De repente a multidão já estava desapercebida por nós. Foi fantástico!

Da Capela seguimos para a Basílica de São Pedro (Atenção! não entra ninguém de bermuda ou minissaia. não tem conversa e quinta-feira o Vaticano não funciona, é dia de reunião entre o Papa e os Bispos). Essa é a igreja mais famosa do mundo e a maior construção sacra existente, onde está o sepulcro de Pedro. É lá que fica também a famosa obra Pietá de Michelangelo. Ela é bem pequena, mas linda. Você pode subir (pagar um pouco mais) e admirar a vista ou descer e ver onde estão os túmulos dos Papas, inclusive de João Paulo II.
Lá também tem vários confessionários. Língua a escolher. De repente vi "Polonês/Português". Falei pro Eduardo: "Não me confesso desde minha primeira Comunhão, vou lá". Imaginava ser português de Portugal, mas quando entrei, me deparo com um Padre pernambucano. Foi muito engraçado (com todo o respeito). Adorei!