27 de mai. de 2009

Explorando Paris

Nosso hotel estava entre a Sorbonne, Panthéon e Jardin du Luxembourg, ou seja, muitíssimo bem localizado. E lá fomos nós, passear no parque mais romântico da cidade, o Jardim de Luxemburgo. Lá dentro fica o Senado, antigo palácio da família Médicis. É um local para praticar esportes (caminhada, corrida) ou só ficar sentado lendo um livro, namorando, vendo os passarinhos... muito gostoso.

Jardim de Luxemburgo

Saímos pela Rue Bonaparte até a Église Saint-Sulpice, de 1646. Lá que foi gravado parte do filme O Código da Vinci. Passamos pela rua onde ficava o hotel que Claudio e Sônia se hospedaram há 20 anos atrás, na lua de mel deles. O hotel existe, mas com outro nome.

Chapelle de la Medaille Miraculeuse
Continuamos pela Bd. Saint Germain, onde fica a Église Saint-Germain-Des-Prés, a mais antiga igreja de Paris, construída de 555 a 576. Paramos um pouco no Café de Flore, um dos mais tradicionais de Paris, até a Rue du Bac, na Chapelle Notre Dame de la Medaille Miraculeuse (na altura no n. 140, ao contrário da direção do Sena). Esta igreja tem uma história diferente conosco. Lá fica o túmulo de Catherine Labouré, a freirinha que viu Nossa Senhora no local onde foi construída a igreja. Foi emocionante. Assistimos a missa e comungamos.

Esta igreja é famosa pela medalhas. Dizem que não se pode ir a Paris sem comprar as pequenas medalhas milagrosas, que podem ser bentas lá mesmo. É um ótimo presente, mas com crença, nada de comprar apenas como souvenir.

Na mesma rua tem uma loja incrível, a Pylones. Ela é super diferente, com objetos de uso diário, mas em formatos inusitados e muito coloridos. Vale a pena a visita (http://www.pylones.com/).

Vista linda até chuvendo
Depois seguimos para o Musée Du Louvre (€ 9,50 - terça não abre e sexta vai até 22h). Espetáculo! São mais de 30 mil obras de arte expostas neste antigo palácio real, aberto ao público desde 1793. Lá que fica a famosa Mona Lisa e a Vênus de Milo. É muito grande. Andamos por 4 horas seguidas e não conseguimos ver tudo. Fomos nos salões Denon e Sully, que acho serem os melhores mesmo, onde está a parte Egípicia, Romana e a parte Italiana. A Mona Lisa é mínima e a multidão é enorme. Já a Vênus de Milo é grande e dá para chegar bem perto.

>> Dica: se quiser, pode sair do museu e voltar no mesmo dia utilizando o mesmo bilhete. Para isso, peça a um dos funcionários mais informações. Não dá para ficar mais de 4 horas seguidas dentro do museu...

"Cochilada" no Jardim des Tuileries
Depois do Louvre fomos para o Jardins des Tuileries, no caminho para a Champs-Élysées. Bem em frente fica a Place de la Concorde, um importante cruzamento de vias e onde aconteceram importantes fatos históricos. Foi nesta praça que mais de 1.300 pessoas foram decapitadas, inclusive Maria Antonieta, em 1793. No local da guilhotina foi construído um obelisco que fica alinhado com o Arco do Triunfo e com o Arco do Carrousel.

Perto dali, na Rue de Rivoli há centenas de lojas de souvenir. Dizem que é o melhor local para compras. Por quantidade pode ser, mas por valor a Rue de La Huchette é bem melhor. Tem também a Place Vendôme, outra importante praça de Paris, onde fica o hotel Ritz.

Invalides
Seguimos pela Av. Churchill, passando pelo Grand Palais e Petit Palais, um em frente ao outro. São museus e o Grand Palais tem uma estrutura de vidro que a noite fica piscando uma luz vermelha que pode ser vista de vários pontos da cidade. Continuamos pela ponte Alexandre III até a Esplanade Des Invalides. Esta enorme construção já foi um importante hospital para atender aos soldados feridos do rei Luís XIV. Atualmente abriga a igreja de Saint-Louis e do Dôme (a cúpula dourada pode ser vista de vários pontos de Paris), o túmulo de Napoleão e museus.

Bem perto está o Musée Rodin, onde era a casa dele mesmo. A obra O Pensador está lá, no jardim. Conseguimos vê-la de longe. O museu já estava fechado e depois do Louvre, não dá para mais um museu hoje, né?
Paris... linda de qualquer ângulo

Fomos jantar nos arredores da Saint-Germain, onde fica sempre cheio. Ficamos andando pelas ruas Mazarins, Grand-Augustins, St-André-Des-Arts, Buc, L'Éperon, Danton... Tem vários bares e restaurantes legais. É só escolher. Nesta área tem umas ruas mínimas com restaurantes legais meio escondidos. Vale explorar.

É isso por hoje. Boa noite!

26 de mai. de 2009

Vale do Loire - Blois

Estamos no oitavo dia de viagem. Dia 08 de maio é feriado na França, dia da retirada das tropas alemãs, mas isso já escrevi, né? Fomos a uma cafeteria na Rue Sain-Jacques, ao lado da nossa rua praticamente (€ 11 - para 2 pessoas: croissant, suco de laranja, geléia e café). Depois fomos ao supermercado Monop' na Saint Michel e compramos nosso piquenique de mais tarde: vinho, pães, geléia, queijos (cada queijo!!! hum... uma delícia), água, biscoitos e suco. Tudo deu € 22 para quatro pessoas.


Pegamos um táxi da Bd. Saint Michel até a Gare D'Austerlitz para pegar o trem (€ 48,20 ida e volta por pessoa) que nos levaria ao Vale do Loire, mais precisamente até a cidade de Blois. Pegamos o trem de 11h40 e chegamos em Blois às 13h15. O ideal é pegar o trem mais cedo, por volta de 9h, porque o ônibus que sai da estação para os castelos tem o último translado em torno de 12h50.

Ville Blois

 >> Vale do Loire: é o lugar com a maior concentração de castelos do mundo, daqueles dignos de histórias como A Bela Adormecida: com pontes levadiças, muralhas e jardins de se perder de vista. Por esta região passa o maior rio francês, o Loire, e é onde se produz um dos melhores vinhos brancos da França. Dá para ir de trem, como eu, ou ir de carro. Neste caso, se tiver tempo e puder dormir lá, é perfeito, pois há castelos que não tem como ir de trem e pegar um táxi fica muito caro. Há a opção de ônibus, que custa € 12 por pessoa (para Chambord), segundo a atendente do Centro de Informações de Blois. Neste caso, o melhor é marcar com antecedência com a Transports du Loir-et-Cher, através do site tlcinfo.net . Qualquer centro de informações turísticas ajuda também.

Bem, chegamos em Blois e fomos direto ao Centro de Informações Turísticas (saindo da estação, desça pela Ave. Jean Laigret n. 3 - em frente ao Château de Blois. Lá alugamos um táxi por € 71 que nos levaria até o Château de Chambord (17 km de Blois - 20 minutos - http://www.chambord.org/) e ficaria nos esperando para voltar depois de 1h de passeio.


Chateu Chambord

Daria para fazer tranquilamente a visita neste período se não fosse a enorme fila para comprar o ingresso (€ 9,50 - 9h às 18h15). Tivemos que correr um pouco, mas vimos tudo e tiramos muitas fotos. A visita interna de 1h30 é o suficiente.

Pode-se também alugar uma bicicleta e ficar passeando pelo jardim enorme, ou melhor, por sua floresta, com mais de 5 mil hectares! É possível também alugar um barquinho e dar uma volta pelo rio em torno do castelo. E vale. A propriedade inteira de Chambord é patrimônio mundial da humanidade pela Unesco. Ou seja, dá para imaginar o quanto é valioso e esplendoroso, né? Não é a toa que é um dos mais visitados castelos da França.

Enquanto esperávamos o Eric - o taxista - ficamos na praça em frente ao Château de Blois, que pertenceu a Catarina de Médicis e que possui uma ala misteriosa com mais de 230 armários secretos usados por ela. Nesta praça tem alguns cafés onde pode-se comer algo.

Ali também tem um castelo chamado Casa da Magia. Estava tendo uma apresentanção bem na hora e ficamos vendo. É ótimo para crianças, pois eles simulam a invasão de dragões no castelo. Bem divertido.
Foi ótimo termos ido de táxi, o Eric foi nos contando um pouco da história da cidade. Com apenas 50 mil habitantes, Blois foi massacrada por ataques na Segunda Guerra e ainda preserva muito suas características medievais.

Placa de informação sobre Joana D'Arc
Foi lá também que Joana D'Arc juntou o exército em 25 de abril de 1429 para libertar a cidade de Orleans, em 27 de abril do mesmo ano, local onde foi capturada e queimada por acusação de bruxaria.

A cidade já foi capital da França no reinado de Luís XII, em 1498. Bacana, né? Não é incrível você pisar num chão que testemunhou tantos fatos históricos?! Nossa, acho isso incrível e a Europa, sem dúvida, é o melhor lugar para deixar este tipo de imaginação fluir...

No caminho para Chambord passamos por diversas plantações de vinhos e muitas flores. São enormes campos coloridos e casinhas muito graciosas. No inverno o Eric disse que não dá para ir (apesar de funcionar) porque faz muito frio e a camada de neve chega a 15 cm de espessura. A estrada fica perigosa, inclusive.


O castelo estava lotado de gente (era feriado!). É enorme e com algumas partes mobiliadas, remetendo à época que foi construído pelo rei Francisco I, em 1519. Idealizado como um retiro de caça, Chambord possui a arquitetura que fez dele o castelo de todos os exageros (não como Versailles): 156 metros de comprimento, 56 metros de altura, 77 escadas, 282 chaminés e 426 divisões. O mais interessante é a escada. Quem desce nunca cruza com quem sobe. Na verdade são duas escadas sobrepostas em formato aspiral. Muito legal!

Châteu Blois
Voltando do passeio, fomos fazer um piquenique em Blois, próximo ao Château. Foi ma-ra-vi-lho-so e engraçado. O canivete que compramos para abrir a garrafa de vinho quebrou e ficamos horas tentando achar uma forma de tirar a rolha da garrafa. O Claudio levou a garrafa num bar e enfim conseguimos beber nosso maravilhoso vinho francês.

Blois
Depois fomos dar uma volta pela cidade. Ela é muito lindinha. Tomamos um sorvete de pistache com chocolate e ficamos passeando encantados com a paisagem de Blois. Voltamos para a estação e pegamos o trem de 19h58 (os trens saem na hora marcada e é sempre importante validar nas máquinas amarelas espalhadas pela estação sob pena de multa alta do fiscal que verifica os bilhetes dentro do trem. Isso vale para ônibus e metrô também).

Voltamos dormindo, mas deu tempo de ver o por do sol. Lindo! Aliás essa durmidinha foi ótima para recuperar as forças. Da estação de Austerlitz pegamos um metrô (€ 1,60) até Notre-Dame. Lá é o marco zero de Paris, de onde se mede a distância para todos os pontos da cidade.


Marco Zero

Ficamos por lá mesmo, jantamos no Petit Pont (Rue du Petit Pont, esquina com a Rue de la Bücherie). Muito gostoso, tipicamente parisiense. Ficamos lá, tomando um chopp (enorme!) e vendo a movimentação da noite de Paris, com a catedral Notre-Dame bem na nossa frente.

Notre-Dame

Depois fomos andando pelas ruas La Ruchete (cheia de lojinhas com lembranças de Paris, e bem baratas, além de restaurantes tipo fast food), Galante e Dante. Essa área é cheia de bares e pequenos restaurantes, fica lotada de gente bebendo e conversando em pé. Andar por Paris é uma delícia!

20 de mai. de 2009

Paris, chegamos!

Embarcamos para Paris cedo pela Easy Jet. Comprei as passagens no Brasil pelo site da empresa. Tem versão em português e é uma das mais baratas.

O voo foi ótimo. Do Aeroporto Charles de Gaulle pegamos o trem RER B (8,40 euros - direto para o centro) até a estação de Luxemburgo, onde ficamos (Quartier Latin). No trem conhecemos o Luciano Prado, atleta brasileiro de maratona que estava indo disputar uma prova. Tomara que tenha dado tudo certo!

A estação era muito próxima ao Hotel Excelsior (Rue Cujas, n.20). A localização era perfeita, o quarto espaçoso e os funcionários muitos gentis, além de ter um ótimo preço em relação aos demais. Fica ao lado da Sorbonne e do Pantheon. Quase em frente ao Jardim de Luxemburgo. Mas quem é muito alérgico, pode esquecer. O hotel tem carpete no chão, no teto, nas paredes... Uma opção é o Grand Hotel Saint-Michel, também na Rue Cujas. Bem mais moderno e mais caro. Mas é ma-ra-vi-lho-so!

Encontramos com o Claudio e a Sonia na rua, dá para acreditar? Fomos para a Galerie Lafayette. Já às compras! Aproveitamos para comer por lá algo rápido e já começar a bater perna por Paris, passando pelo Ópera Garnier (o Teatro Municipal de Paris, em frente a Galerie). Fomos em direção a Tour Eiffel (claro, a primeira coisa que queríamos ver!) pela Boulevard Haussman, onde também fica a Printemps, uma loucura para quem gosta de sapatos.

Arco do Triunfo
Fomos andando até o Arc de Triomphe, monumento encomendado por Napoleão para reverenciar os soldados após sua vitoriosa batalha em Austerlitz, em1805.

Foi neste local também por onde o Exército Alemão invadiu Paris e onde são as comemorações de libertação da cidade com o general Charles de Gaulle. Aliás, por falar em comemoração, estava tendo uma parada com a guarda oficial em comemoração da retirada das tropas alemãs da França na Segunda Guerra, no dia 08 de maio.

Continuamos pela Av. Kleber até a Place du Trocadero, onde fica o Palais de Chaillot e abriga o Musee de I'Homme, o La Marine e o Cite de I'Architeture et du Patrimoine.


Torre Eiffel

Este, na minha opinião, é o melhor ângulo para se ter a mais bela vista da Torre Eiffel (foto acima). Ela foi surgindo na nossa frente. Era a esplanada do Trocadero e ela, linda, enorme, magnífica! O símbolo de Paris, erguida em 1889, com 324 metros de altura estava bem na nossa frente. E mais: fomos jantar "dentro" nela! Sonia, Claudio, Eduardo e eu jantamos um maravilhoso Magret de Canard (pato), com um autêntico Bordeaux e um delicioso profitelores de sobremesa no restaurante 58 Tour Eiffel (no primeiro andar, 58 metros de altura - somente com reserva, fizemos 1/2 hora antes e pagamos 4,50 euros para subir). Vimos o anoitecer dentro da Torre!!!
Vista da Torre Eiffel à noite

Depois pagamos um suplemento de 3,50 euros para subir e ver a vista do segundo andar (o terceiro estava fechado, eram 22h). Vimos a Torre ser acesa de dentro dela. Foi incrível ver a quantidade de flashs das câmeras que estavam lá embaixo registrando este momento. É um programa que tem que fazer. Vale a pena. E uma dica: para subir é sempre lotado, em qualquer época do ano. Indo ao restaurante, tem preferência na subida...

Voltamos andando pelas margens do rio Sena até a Boulevard Saint-Germain, onde pegamos um táxi e fomos para o hotel. Eram mais ou menos 0h30 e as ruas estavam completamente desertas, exceto a Saint-Germain, que sempre está com seus bares e restaurantes cheios.

Figueras, Girona e Costa Brava - um dia inesquecível


Mare De Deu Del Mare

Um lugar totalmente incrível!

Hoje foi dia de colocar o pé na estrada. Mari nos pegou no hotel cedo e fomos de carro para Figueras, cidade perto da costa onde nasceu Salvador Dali e que abriga o Museo Casa-Teatro Salvador Dali (11,50 euros - 10h30 as 17h45), onde ele também está sepultado.



Museu Dalí

Grande parte de suas obras estão lá e são maravilhosas! Este museu é incrível. Além de pinturas, há também jóias lindas desenhadas pelo artista e muitas, mas muitas homenagens à Gala, seu grande amor. Li que dá para ir de trem, da Plaça da Catalunya, são 2 horas de viagem. Vale o passeio.

De lá seguimos para um lugar incrível que poucas pessoas conhecem, inclusive os catalões. Chama-se Santuari De La Mare De Deu Del Mont, na região de Girona. O santuário fica no topo de uma montanha com cerca de 1.125 metros de altura do nível do mar. Não é fácil chegar lá, só mesmo a Mari para nos levar, senão não teríamos conhecido.


Dalí
A estrada é linda e mínima em largura. Tem uns pontos que dá medo de tão alto. Chegando lá, uau... uma vista de toda a Catalunya e mais: dos Pirineos cobertos de neve em seus topos (na foto, Eduardo e eu). Inacreditável!!! Estávamos lá, num visual maravilhoso e só nosso! Chega a emocionar... Não tinha ninguém. Só nos três. Acho que esse foi o ponto que mais nos surpreendeu, algo totalmente inesperado e fantástico.

Se existe um lugar que se sinta mais perto de Deus, mais sublime e com paz, acho que é esse o local.

Para nos surpreender ainda mais, naquele lugar quase que esquecido, tem um hotel-restaurante, onde almoçamos (na foto, eu e Mari). Foi divino, sem palavras. Nosso prato foi Mongetes Ambutifarra (feijão branco frito com carne de porco - prato típico), com uma entrada chamada Escalivada (pimentões vermelhos, aspargus e beterrabas no vapor com azeite) e um vinho da região, lógico, chamado La Casera. Uau!!!!! Sem comentários! Este foi um grande marco na nossa viagem, sem dúvida.


Na volta, fizemos o caminho pela Costa Brava, quase fronteira com a França. A vista do Mediterrâneo é fantástica. Passamos pelas cidades de Begur, Alguablava, Saint Feliu de Caixes e a com visual mais lindo, na minha opinião, Tossa Del Mar. Tem um castelo no meio da praia! Foi um passeio de mais ou menos 2 horas até chegarmos em Barcelona. Obrigada, Mari, você nos proporcionou um dia esplendoroso!

Já de volta à Barcelona, voltamos a Tibidabo, de onde vimos a cidade acesa de noite (linda!), passamos por Sarria, onde tinha o estádio que o Brasil perdeu para Itália na Copa de 82 (no lugar foram construídos prédios) e pelo bairro chique de Pedraldes. As casas lá custam entre 8 e 20 milhões de euros!

Aliás, como curiosidade, o salário mínimo em Barcelona gira em torno de 800 euros e o parâmetro é o mesmo que o nosso, quando comparamos o custo de vida, exceto quando se trata de saúde (atendimento público funciona muito bem). Sobre assaltos, eles existem, principalmente em locais com grande concentração de turistas, como qualquer grande metrópole do mundo. São batedores de carteira, não há armas de fogo.

Outra curiosidade incrível é o sistema de recolhimento de lixo na cidade. Em alguns anos não haverá mais caminhão de lixo circulando dentro da cidade. Sabe por quê? Todo o lixo é processado numa "cidade subterrânea". Isto é, cada prédio tem um sistema que joga diretamente o lixo num local que recebe e encaminha os detritos até o "lixão". Incrível, não é?


Tossa Del Mar, Costa Brava
 Depois fomos ver o estádio do Barcelona que neste dia ganhou a vaga para a final do Campeonato Europeu jogando com o Chelsea (1 x 1 - dia 06/05). Estava uma festa nas ruas, eles são loucos por futebol, tanto quanto nós.

Para fechar o dia, fomos "picar" algo no Moncho's (Travessera de Gracia, n. 44-45). Comemos Gambas Al Aljilho (camarões ao alho) e alcachofras fritas. Um espetáculo!

Este foi nosso último dia nesta cidade ma-ra-vi-lho-sa!

Hasta pronto, Barcelona! Obrigada Mari e Miguel por tudo!

Curiosidade sobre o jamon: as peças do porco ficam à mostra nas lojas. Os porcos com os pés pretos são os ibéricos, criados soltos e por isso sua gordura não causa o mal dos que são criados presos. Ou seja, esses ficam com gordura concentrada, tem os pés brancos.

Primeiro dia em Barcelona

Barcelona é o máximo. Agitada, com arquitetura surpreendente, moderna, mas conservando vestígios de sua história e com um povo alegre, orgulhoso de suas tradições. Eles são catalões! Aliás, a sinalização é escrita nos dois idiomas: o espanhol e o catalão.

O hotel não inclui café da manhã (quase todos na Europa são assim, exceto na Itália). O que não é problema, pois existem vários cafés bacanas pelo caminho.

Começamos nosso passeio descendo a Via Augusta até o Passeig de Gracia. Lá estão Chanel, Dior, Prada, Hermès e muitas outras lojas para quem quer fazer compras. Nesta imensa rua demos de cara com a primeira obra do grande Gaudí, um dos arquitetos mais audaciosos de todos os tempos (1852-1926), a LaPedrera (Casa Milà), construída em 1910. A fachada é toda ondulada em pedra calcária com sacadas de ferro. Hoje o prédio é residencial, mas pode-se visitar. É uma fila quilométrica... dentro ainda tem um apartamento decorado como era antigamente. 

Logo depois fica a Casa Batlló, também de Gaudí. Ele era muito louco, sua obra é simplesmente fantástica!

"La Pedrera"

Casa Batlló

Continuamos até a Plaça de Catalunya, o ponto zero da cidade (km). Pelo caminho passamos por várias construções incríveis, lojas maravilhosas e cafés charmosos. Bem em frente à Plaça fica o El Corte Ingles. Uma loja enorme com produtos multimarcas de todos os segmentos, uma espécie de Galerie Lafayette.

Seguimos para a Las Ramblas. A rua mais famosa da cidade é um circo a céu aberto. Tem tudo: animais, flores, roupas, regalos, artistas de rua (são dezenas deles), ciganas e um mercado maravilhoso, o Mercado de La Boqueria. Vende tudo: jamon (o presunto espanhol, o melhor do mundo, derrete na boca!), frutas, doces, chocolates, frutos do mar, carne, bebidas... uma loucura!

Artistas de rua
Em Las Ramblas fica uma fonte de água que, segundo a crença, quem beber daquela água garante seu retorno à Barcelona. Lógico que bebemos!

Ainda nas Ramblas, depois do mercado nos deparamos com a primeira grande manifestação artística de Gaudí, o Palau Güell, declarado Patrimônio Mundial da Humanidade em 1984.

Vista de Barcelona
E continuamos andando... subimos no Mirador de Colon (2,50 euros) para ver o Porto e as águas mediterrâneas que banham Barcelona (primeira foto). Paramos nas escadas do Porto e ficamos comendo jamon (que tinhamos comprado no mercado) com refrigerante, admirando a vista.


Barceloneta
 De lá pegamos um autobus (1,35 euros, tem que comprar o bilhete antes) até Barceloneta (na foto eu com a Mari), local de praia e atividades esportivas. Lá que fica também o Port Olimpic, área totalmente revitalizada para as Olímpiadas de 92. Antes haviam várias fábricas que foram removidas para dar espaço a construção dos alojamentos dos atletas e hoje são residências.

Depois fomos conhecer a famosa e esplêndida Sagrada Família, templo idealizado por Gaudí, em 1882, que não chegou a terminá-la até sua morte, em 1926. Ele queria construir a maior catedral da Europa, que hoje é o maior símbolo da cidade. O mestre está enterrado na cripta e a catedral está em obras para finalizar seu trabalho há mais de 20 anos. Mas é nítido qual foi o trabalho de Gaudí e qual não foi. Seu trabalho manual é incrível e impressionante. A visita é obrigatória.
La Sagrada Família


Fizemos um lanche em frente à catedral e seguimos para o Barri Gòtic, passando pelo Parc de La Ciutadella. Paramos no Mercat Del Born, tipo aquele das Ramblas, que estava em obras. E adivinhem, foram achados restos romanos durante as obras e resolveram fazer um piso de vidro para as pessoas passarem por cima. Quem sabe da próxima vez que voltar já esteja pronto...

Paramos para um café na La Taverna del Born (Passeig del Born, n. 27-29), uma típica casa de tapas. Eles tomam café expresso com gelo para refrescar. Experimentei e é bom! Estranho, mas gostoso.


Barri Gòtic
 Fomos ao Museu Picasso (9 euros - 10h as 20h), onde estão as obras do início da carreira do pintor e algumas famosas, como a série As Meninas, baseado no quadro de Velazquez. Passa um vídeo comparando as duas obras que nos ajuda a perceber o quanto esta série é incrível.

Catedral de Barcelona
Para fechar o dia fomos na Catedral, que estava com a fachada em obras. Sua construção inicial data do ano 400, mas foi destruída pelos mouros cerca de 500 anos depois. Em 1046 a catedral começou a ser reconstruída e só terminou completamente em torno de 1900 (do jeito que vemos hoje). Santa Eulalia, padroeira de Barcelona, está sepultada na cripta.

Fizemos um pit stop na Granja Dulcineia Xocolateria, na Carrer Petritxol, n. 2, perto da Placa de Pi, para tomar um chocolate quente. Esta rua é famosa por suas lojas de chocolate. Uma delícia.

Passamos no supermercado, compramos queijos, jamon (claro), torradas e um belo vinho catalão e fomos para o hotel, para um merecido descanso!

Fonte em Las Ramblas

Despedida de Portugal, rumo a Barcelona


Torre de Belem


Momumento do Descobrimento
 Hoje foi nosso último dia em Portugal. Como nosso voo para Barcelona era só de tarde, ainda deu tempo de passear pela manhã.

Passamos pela Torre de Belém, um dos cartões postais de Lisboa e pelo Monumento dos Descobrimentos, em homenagem aos homens que desbravaram os caminhos do mar.

Praça do Commercio

Descemos a Av. da Liberdade ate a Praça D. Pedro IV, onde tomamos café da manhã na Pastelaria Portuguesa, de 1883. Suco de laranja na Europa é caro, um copo de 300ml custou 5,30 euros! Fomos andando até a Praça do Rossio e a Praça do Comércio, onde o rio Tejo desemboca. 
Depois pegamos o autocarro (ônibus) n. 37 no Rossio (custou 1,40 euros e paga direto ao motorista) que nos deixou no Castelo de São Jorge (5 euros -9h as 21h). O castelo fica no ponto mais alto da cidade, ou seja, a vista é espetacular (foto abaixo). Não é um castelo como o da Pena, só há ruinas, mas é muito bonito. A visita é obrigatória para quem vai à Lisboa.



O Castelo de São Jorge, do século XI-XII, foi erguido quando Lisboa era uma importante cidade portuária muçulmana. Em 1147, D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, conquista o Castelo e a cidade aos mouros. De meados do seculo XIII até o início do século XVI, o Castelo conheceu o seu período áureo, sendo residência dos reis de Portugal quando estavam em Lisboa. Foi declarado Monumento Nacional em 1910.

Rio Tejo
Vista do Castelo de São Jorge
Lá tem um local chamado "Torre de Ulisses" que tem um periscopio, um sistema óptico inventado por Leonardo da Vinci no século XVI, o único existente em Portugal, que permite observar a cidade a 360 graus em tempo real. Incrivel! Conta a lenda que Ulisses teria vindo atrás de Aquires, que estava fugindo de Tróia, mas quando chegou na cidade se apaixonou pelo lugar e fundou Lisboa.


Hora de ir para o aeroporto. Quase perdemos o voo, fomos os penúltimos a entrar no ônibus do aeroporto que leva até o avião. Sônia (minha cunhada. Viajamos juntas, além do Claudio, meu cunhado. Agora só nos encontraremos em Paris!) e eu ficamos passeando no Free Shop...

Aliás, quando vi o avião fiquei a-pa-vo-ra-da. Não era da TAP, companhia que eu comprei as passagens, era uma empresa local. O avião era para apenas 49 passageiros, da Embraer. Eu tenho pavor de avião. No fim deu tudo certo, o piloto fez um voo perfeito, o avião é otimo, graças a Deus!

B A R C E L O N A  ! ! !
Chegamos em Barcelona!!! Miguel, marido da Mari, nos buscou no aeroporto e nos levou até o hotel (Via Augusta, que fica na na Via Augusta n. 63 - www.hotelviaaugusta.com). É ótimo, o quarto e banheiros são amplos, e muito bem localizado, numa zona residencial e segura.

Depois fomos até a casa da Mari e do Miguel, próximo ao hotel, e de lá fomos jantar no restaurante Flash Flash (La Granada del Penedes n. 25), todo decorado com figuras de fotógrafos, como se todas as pessoas que estivessem presentes fossem celebridades. Lá é um típico restaurante de tortilla, prato local, uma espécie de omelete. Foi o que comemos com Barril (chopp).

Tibidabo
Depois fomos dar uma olhada na cidade de carro, fomos a Montjuic (onde foram as Olimpíadas de 92), Parc Guell, Tibidabo, Las Ramblas (rua mais famosa de Barcelona), Passeig de Gracia (onde estao as melhores e mais caras lojas). No mapa Barcelona parece ser muito maior, mas os quarteirões tem curta distância de um para o outro e é muito facil andar por aqui. Tudo é muito bem sinalizado e organizado. E uma cidade agitada e linda!

19 de mai. de 2009

Cabo da Roca, Sintra e Lisboa

Terceiro dia de viagem, 20 para voltar. Que bom, tem muito pela frente...

Cabo da Roca
Hoje o dia amanheceu espetacular. Um sol maravilhoso, mas ainda fresquinho. Fomos ao Cabo da Roca - "Onde termina a terra e começa o mar" - frase de Luis de Camões.

Diz a lenda que essas rochas da foto foram formadas por Deuses que castigaram uma Ursa que fugiu com seus filhotes e então viraram as pedras que ali existem. Tem um quadro com a descrição da "Lenda da Ursa".

De lá seguimos para o Palácio da Pena, pelo Parque Nacional Sintra-Caiscais. A entrada custa 11 euros (grupos de 6) e 13 individual + 2 para o tremzinho que te leva até o Palácio. Até pode ir andando, mas tem que ter disposição, porque é uma subida grande. Criança paga 9,50 euros.

Palácio da Pena

O Palácio é uma das poucas obras existentes do Romantismo, já que esta época a literatura foi mais significante. A construção reúne vários estilos, de várias partes do mundo. Dentro, o Palácio é praticamente como na época em que servia de residência da família real. Pena que não pode tirar foto. O mobiliário está intacto, além dos aposentos e até louçaria com talheres e panelas. Incrível. Do terraço a vista é linda também.


Jardim do Palácio da Pena

Voltamos por Sintra e seguimos direto para Belém, onde almoçamos e de sobremesa comemos o verdadeiro e autêntico "Pastel de Belém" na Antiga Confeitaria de Belém, próximo ao Mosteiro dos Jerônimos. A receita data de 1837 e dizem que apenas 2 pessoas sabem o segredo vindo do Convento dos Jerônimos. Passa de geração para geração. Verdade ou não, vale afirmar que o doce é uma loucura e a loja entupida de gente. Custa só 0,99 centavos de euros.


Mosteiro dos Jerônimos

De lá seguimos para o Mosteiro dos Jerônimos (ao lado), construído em 1502, a mando do rei D.Manuel II. É um dos maiores exemplos da arquitetura manuelina. Hoje abriga os túmulos de Vasco da Gama e Camões. Os vitrais são lindos. Parte deles foi restaurada pelo avô do Pedro Fidalgo, nosso amigo.



Praça do Rossio

Já no fim do dia fomos passear na Baixa, passando pela Avenida Liberdade, onde tem várias lojas bacanas (para quem vai às compras), como Vuitton,Vilebrequin, Gucci, Zara... chegamos até a Praça do Rossio, símbolo da reconstrução de Lisboa depois do terremoto de 1775 (desde então não houve outro) e pegamos o elétrico (bonde -1,40 euros) até o Bairro Alto para o bar Pavilhão Chinês (Rua D. Pedro V, 89). Abria só às 21h e eram 20h30. O jeito foi sentar na calçada e esperar a hora passar. Ainda bem que tínhamos a pequena Marina para nos entreter com brincadeiras divertidas, como "telefone avariado"(o nosso telefone sem fio) e palmas silenciosas (todos balançando as mãos). Foi muito engraçado.

Ligação entre a parte Baixa e Alta


"Electrico"

Marina é uma portuguesinha linda e cheia de alegria. Nos acompanhou na viagem como uma adulta, participando de tudo e sem reclamar de nada. Incrível para uma menina de apenas 6 anos! Valeu, Marina, já estamos com saudades de você!

Este bar vale a visita. Ele é todo decorado com miniaturas de tudo que você possa imaginar! Tem soldadinhos, capacetes de guerra, carros, bonecas, canecas, moedas... muito louco! Ótimo para fechar o dia com petiscos e cerveja típica.

Pé na estrada: desbravando Portugal


Estamos no segundo dia de viagem. Pegamos o carro rumo à Fátima (1h30 de viagem mais ou menos), uma cidade com apenas 10 mil habitantes onde fica o Santuário de Fátima, similar a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, mas bem menor.

Tornou-se sagrado por ter sido o local onde Nossa Senhora apareceu para 3 crianças: Jacinta, Francisco e Lucia. Os meses de maio e outubro são os mais cheios de peregrinos, por causa de celebrações festivas.


Acendemos uma vela para agradecer toda nossa viagem e a proteção de nossa família. E continuamos nossa viagem para Tomar (apenas 20km de Fátima), capital da Ordem dos Cavaleiros Templários (ordem religiosa do tempo das Cruzadas). Lá fica o Convento de Cristo, fundado em 1162, transformado em Patrimonio Mundial da Humanidade.

A viagem é linda. Passamos por várias cidades do interior, com lindas paisagens de vinhedos. Almoçamos em Tomar no restaurante Nabao, bem em frente ao rio de mesmo nome (foto abaixo). Comemos um maravilhoso bacalhau por 10,50 euros acompanhado de um vinho produzido lá mesmo, chamado Adega do Tomar. O prato típico é Açorda de Gambas (camarão com pirão feito de pão e alho). Para fechar uma sobremesa também típica: Fatias de Tomar, um doce de ovo com calda de caramelo. Simplesmente divino!!!



De lá seguimos para Óbidos, uma cidade cercada por muralhas do século 14. São várias ruelas mínimas, de pedras, com sacadas cheias de flores coloridas e casinhas brancas. Lindo, lindo. No Natal a cidade é toda enfeitada com neve artifical, papai noel, duendes, pista de patinação e tudo que você imaginar, tipo Walt Disney. Deve ser incrível. Mas se quiser conferir esta festa é melhor se preparar para fazer reservas com bastante antecedência. Tem outra festa em Novembro que também lota a cidade, o Festival de Chocolate, com bonecos gigantes e tudo mais feito de chocolate. Já pensou?! Deve ser o máximo!


A bebida típica da região é a Ginja, um licor servido num copo de chocolate. Tem que experimentar. Qualquer taberna tem e é uma ótima lembrança de Óbidos. Para comprinhas de artesanato também é um bom local, apesar de ser mais caro. As pessoas são muito simpáticas e gostam de negociar. Lá você encontra os famosos azulejos, os galos e garrafas de Ginja.

Neste dia comemoramos meu aniversário. Foi ótimo! Ainda tivemos uma festinha de noite na casa do Pedro, da Ju e da Marina com direito a queijos e vinhos tipicos de Portugal. Ma-ra-vi-lho-so!