2 de jun. de 2009

Um dia de aventura em Montmartre

Dia chuvoso em Paris
Hoje o dia amanheceu chuvoso, um frio! Estava fazendo 12 graus de manhã. Fomos para Marais, no Centre George Pompidou (€ 12 - 11h às 21h; abre as segundas, raridade nos outros museus, mas fecha nas terças e no primeiro domingo do mês a visita é gratuita). Pegamos um ônibus na Bd. Saint Michel até o ponto Halley George Pompidou, mas o ponto certo é o seguinte, Centre George Pompidou.

Ok, entramos na Rue Rambutreau até o museu. Foi rápido e ainda deu para passar nas lojinhas, além do Les Halles, o mercado municipal, hoje um centro de compras, quase um shopping center. Marais é mais barato do que do outro lado do Sena.

O centro tem o segundo museu de arte moderna mais importante do mundo (se alguém souber qual é o primeiro me fale. Pelo que estava lá era o Metropolitan de NY, mas tenho dúvidas). O impacto começa pela sua estrutura toda de vidro, aço e plástico, aí você entra e começa aqueles quadros maravilhosos de Picasso, Matisse, Miró, Dalí... e do último andar a vista é linda de Paris. Aliás, conforme você sobe as escadas rolantes já vai imaginando como é do último andar.

Neste dia estava tendo uma exposição de Kandisky, que eu adoro. Minha mãe tem a cópia de um quadro que eu amo e ele estava lá, o real, foi muito legal!


Voltamos pela mesma rua e nos deparamos com uma loja alucinante de doces, a Pain de Sucre (Rue Rambuteau, n. 14 - foto ao lado). Primeiro a forma como eles apresentaram os doces; parecem jóias. Depois o aroma da loja, a simpatia do funcionário e por fim o maravilhoso sabor de um mil folhas de chocolate... nossa, dá água na boca só de lembrar! É uma massa levíssima e um chocolate que derrete na boca. É para ser degustado, aos poucos, saboreando cada mordida. Nossa, queria um monte desses agora!

Depois deste momento chocolate continuamos para desgastar os quilos adquiridos. Esta rua tem um monte de lojas legais, não só de lembrancinhas, mas de compras de sapatos e roupas.

Em Marais tem o museu de Picasso, mas como já tínhamos ido a um em Barcelona, achamos que era demais ir em outro. Dizem que este é o acervo mais importante dele em diversidade. Bem, passamos pelo Hôtel de Soubise, pelo museu Carnavalet e chegamos na Place des Vosges, uma praça cercada por casarões que compõem a antiga Place Royale, da época do reinado de Henrique IV. Lá morou Victor Hugo (casa 6) e hoje é um museu. Paramos lá para degustar nosso vinho Chinon (do Vale do Loire) e nossos maravilhosos queijos brie, camembert e caprice des dieux. Hummm...

Continuamos andando até a Place de la Bastille, praça símbolo da Revolução Francesa. Antigamente lá tinha uma prisão (século 14), que foi destruída e em seu lugar erguido um obelisco em homenagem às vítimas da Trois Glorieuses, uma revolução que durou 3 dias, em 1830. Bem em frente fica o Opéra e ao lado tinha uma feirinha de artesanato e roupas, que eu adoro.

Tem mais coisa pra ver nesta região, mas que não nos interessou muito, preferimos pegar o metrô linha 5 até Montmartre para conhecer Sacré-Coeur. Chegando na estação, soubemos que havia acabado de ocorrer um acidente grave entre a estação de Anvers e Charles de Gaulle Étoile e por isso teríamos que parar uma estação antes, em Barbés. Minha dica é: se parar nesta estação pegue um táxi para Sacre-Coeur ou dê meia volta e ache outro meio para te levar até lá.

Nós saltamos em Barbés. Primeiro passamos por toda a periferia de Paris. Foi interessante conhecer este outro lado. Uma grande metrópole como outra qualquer, com suas mazelas e dificuldades, além de beleza e glamour. Confesso que naquele momento não me senti confortável.

Tivemos que passar por "corredor polonês", com vários homens vendendo tudo que se possa imaginar de forma assustada, como se a polícia fosse chegar a qualquer momento, sabe? Foi um pouco assustador. Nós que moramos numa cidade com violência já pensamos no pior... Mas seguimos andando e numa esquina vimos duas crianças brincando de atirar uma na outra. Por sorte era uma arma de brinquedo, mas de longe podia jurar que era de verdade.

Subimos a Rue Myrha, atravessamos a Rue de Glignacourt e entramos na Rue Muller, onde paramos para um café. Estávamos no pé da enorme escadaria que nos levaria a Sacre-Coeur. Este caminho é sinistro, muita ladeira e os arredores, nem precisa dizer mais, né?


Sacre-Coeur

Quando chegamos lá, em Sacre-Coeur (foto acima), tudo mudou. O lugar é lindo, Montmartre é lindo. Dá para ver toda Paris, uma das mais bonitas vistas. E para variar chegamos na hora de quê? Da missa, lógico. Dessa vez só de freiras cantando. Lindo, nunca tinha visto. Depois fomos andar por Montmartre. As ruas Chev de Labarre e Corcot tem várias lojinhas lindas. Lá compramos um soldado medieval médio. Eduardo ama. Ele é lindo. Na rua Norvins só tem bares e restaurantes.


Na volta descemos as escadarias, mas dá para descer (e subir) de funicular (bondinho, paga € 5), se quiser. Mas descer todo santo ajuda e lá fomos nós. No fim da escadaria tem uma escola com um placa sinistra, dizendo que aquele local foi bombadeado na Segunda Guerra, matando vários inocentes, inclusive crianças.


Lá embaixo paramos num café para tomar um vinho e comer alguns queijos. O cenário era Sacre-Coeur na nossa frente. Aliás, estávamos nos especializando em comer com belas vistas, ha ha. Foi ótimo. Para ter uma idéia como a redondeza é mais barra pesada, um cara passou e surrupiou os óculos escuros de um francês que estava sentado numa mesa próxima a nossa. Foi a maior confusão. Mas o francês recuperou os óculos, depois de ir atrás do cara. Lá tem que ter mais cuidado com bolsa e câmeras e nunca deixá-los sobre as mesas ou cadeiras.

Descemos pela Rue Turgot até Anvers, por onde deveríamos ter chegado. Muito mais tranquilo e seguro. Lá pegamos um ônibus, seguindo a orientação do cara do bar da Rue Muller.

Mas nos demos mal, fomos parar lá em Clichy, um distrito fora de Paris, longe pra caramba. Pelo menos por esse caminho passamos em frente ao Moulin Rouge (foto ao lado) que eu queria conhecer. A Boulervard Clichy, em Pigalle, tem um trecho que é só de lojas tipo sex shop e casas noturnas tipo Moulin Rouge.


Quando vimos que estávamos nos distanciando de Paris, saltamos do ônibus. Aí começou a trapalhada. Nos perdermos e não tinha uma alma viva para nos ajudar. Estávamos perto da ponte de Clichy e o lugar estava deserto.

Estava anoitecendo (por volta de 21h) e nenhum táxi ou alguém para nos informar. Eu não achava no mapa onde estávamos, não tinha mais essa região aparecendo. Resolvemos andar, atravessar o rio que achávamos ser o Sena, mas era o Seine. Estávamos mais perto de La Defense, uma parte de empresas e fábricas de Paris, com prédios mais novos, totalmente diferente das construções do centro.

Finalmente surgiu um táxi. O único lugar que veio a mente foi o Opéra Garnier, porque achávamos que estávamos perto da Bd. Haussmann. Nossa, entramos na Bd. Malesherbes que não acabava nunca e nada nos era familiar. Eu nervosa e o Eduardo calmíssimo. Só fiquei tranquila quando vi o Opéra, que aliás estava lindo de noite, todo iluminado, ainda não o tínhamos visto a noite.


Foi uma aventura, mas viagem que não tem algo inusitado não tem graça. Descemos a pé a Avenue de L'Opéra e quando chegamos na esquina do Louvre vimos a iluminação pisca-pisca da Torre Eiffel que não tínhamos visto (durante a semana é às 22h e dura exatos 5 minutos).

Estávamos dentro dela quando teve no outro dia. Sentamos no meio-feio da rua e ficamos lá admirando a beleza da Torre. O Louvre e a Torre Eiffel lindos, acesos. Essa foi para relaxar depois desta volta louca. Foi ótimo!

Quem for para Sacre-Coeur ou desce na Anvers e na volta pega o mesmo metrô (Anvers) ou se informa no Centro de Informações Turísticas e se junte ao ônibus de excursão que leva até lá. Senão, é roubada.

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